CONCEPÇÕES DAS PROFESSORAS E FAMILIARES DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL SOBRE A DIMENSÃO LÚDICA NA INFÂNCIA
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2025.84998Palavras-chave:
Educação infantil, Brincadeira, Ludicidade, Famílias, ProfessoresResumo
Este estudo considera as crianças como agentes sociais que criam suas próprias culturas infantis. A brincadeira, vista como parte essencial do universo infantil, está ligada à ludicidade e à criatividade. A perspectiva teórica adotada baseia-se na abordagem sócio-histórica e nos estudos sociais da infância. O objetivo foi analisar as concepções das professoras da Educação Infantil e dos familiares de crianças nessa etapa do ensino sobre a brincadeira na infância. A pesquisa utilizou a técnica de grupos focais, nos quais foram realizadas gravações em áudio das falas dos participantes que depois foram transcritas. Os registros foram organizados por temáticas para a construção de análises interpretativas. De forma geral, observou-se a diversidade de interpretações e entendimentos em relação ao papel desempenhado pela brincadeira na infância, não apenas no aspecto lúdico e recreativo, mas também como ferramenta pedagógica e promotora de aprendizagem. Enquanto as famílias destacam a brincadeira, dirigida na Educação Infantil, as professoras percebem também a função da brincadeira livre nessa etapa do ensino. Por fim, sugere-se a realização de estudos in loco que reflitam sobre questões que articulem a temática da brincadeira com outras temáticas, como relações de gênero, raça ou classe social, tendo como foco a análise comparativa das percepções dos familiares e dos profissionais da Educação Infantil. Essa abordagem tem implicações para as práticas docentes na Educação Infantil e pode promover um importante debate para a garantia do direito à educação e à brincadeira das crianças.
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