POR UMA ESCOLA QUE NÃO DECRETE A MORTE:
o currículo e o seu desejo de desencantamento
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2025.84687Palavras-chave:
Escola, Currículo, Colonialidade, Encruzilhada, (des)encantamentoResumo
Resultante de uma pesquisa acadêmica iniciada em 2017, e que atravessou a crise pandêmica, a presente escrita transita por territórios que nos impulsionam a pensar o currículo como um conjunto de atitudes capazes de promover o encantamento, e isso simboliza o nosso objetivo. Para fazê-lo, necessário se fez percorrer estradas que velam os interesses impulsionadores desse instituto pedagógico, intuindo nos acomodar numa camisa de forças costurada pela racionalidade ocidental moderna. Ao mesmo tempo foi necessário recorrer a aportes praxiológicos próprios do movimento Modernidade/Colonialidade, que nos emprestam ferramentas capazes de esgarçar o tecido colonial e abrir frestas para a invenção de mundos outros. As discussões guardam como expectativa “futucar” saberes e práticas (e saberes são práticas) que provoquem incômodos naquelas e naqueles que fazem a Educação (nos seus diversos âmbitos), e atuam para emancipar os sujeitos ou para agrilhoá-los. Ainda que não tenhamos receitas, cremos que o entendimento de escola enquanto território de fronteira pode contribuir para encantá-la.
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