(RE)EXISTÊNCIAS CINECLUBISTAS:
cineclubismo e produção de subjetividades insurgentes
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2025.84354Palavras-chave:
audiovisual,, cineclubes; , Baixada Fluminense; , subjetividades; , cartografia.Resumo
Este artigo apresenta relato de pesquisa sobre o impacto da prática coletiva na produção de subjetividades por meio da constituição e/ou afirmação de enunciados identitários em sujeitos que atuam nos cineclubes Mate com Angu, Buraco do Getúlio e Facção Feminista, localizados na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. A pesquisa, de abordagem qualitativa, parte da articulação entre as noções de cultura, discurso e poder, utilizando o método cartográfico para a realização de entrevistas biográficas como ferramenta de coleta de dados. A partir da produção e análise das entrevistas, foram mapeadas três grandes categorias, sobre os quais foram realizadas análises de conteúdo: território, formação e interseccionalidade. Verificou-se que corpos marcados pela violência decorrente do preconceito de cor/raça, gênero, classe social ou território podem expandir e criar campos de existência a partir da subjetivação de experiências coletivas no campo da cultura. Observou-se que os cineclubes operam como estratégias que buscam frustrar relações de opressão, proporcionando a constituição e a reafirmação de discursos identitários, sejam estes relacionados às experiências sociais de gênero, raça/cor e/ou classe ou ao próprio território, em sujeitos que integram coletivos cineclubistas na Baixada Fluminense.
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