UM GATO, O ESCURO, A AMORA E UMA ANJA PRETA:
para onde voa a imaginação no currículo dos livros de literatura antirracistas?
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2024.83164Palavras-chave:
Literatura, Currículo, Educação antirracistaResumo
Neste artigo, analisamos dois livros de literatura - O gato e o Escuro de Mia Couto e Amoras de Emicida - para pensar a produção do conhecimento, saberes e verdades em livros de literatura antirracistas. Esses livros são entendidos aqui, a partir dos Estudos Culturais e da perspectiva pós-crítica, como currículos, pois ensinam e produzem saberes a partir de uma linguagem específica, disputando sentidos sobre as formas de conhecer o mundo e suas coisas. Sendo, pois, um importante artefato cultural da contemporaneidade. Desenvolvemos aqui o argumento de que os respectivos livros produzem narrativas antirracistas ao fazerem emergir sentidos positivos sobre a cor preta, incidindo também no ensino da cultura afro-brasileira como forma de resistência aos saberes eurocêntricos.
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