O MANGÁ COMO FERRAMENTA INTERDISCIPLINAR
Proposta de leitura de cells at work
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2024.82755Palavras-chave:
Mangá; , Língua Portuguesa; , Ciências;, Educação; , Aprendizagem significativa.Resumo
No contexto educacional, o desenvolvimento de aprendizagens significativas está associado a estratégias metodológicas, adotadas pelo professor, que vão além de um currículo conteudista habitual e que rompem paradigmas que não consideram o conhecimento em sua totalidade. Em se tratando do ensino de Língua Portuguesa centrada no texto, como prevê a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o mangá é uma ferramenta versátil para explorar as virtualidades linguísticas e despertar a atenção dos leitores para tópicos normalmente considerados difíceis ou desinteressantes. O presente artigo tem por objetivo evidenciar a versatilidade pedagógica do quadrinho japonês Cells at Work e defende uma proposta de leitura interdisciplinar em Língua Portuguesa, Ciências e Artes para os anos finais do Ensino Fundamental. A pesquisa, com abordagem qualitativa, articula princípios teóricos a partir da leitura de autores como Edgar Morin, Will Eisner e Ozamu Tezuka. Constata-se que a citada narrativa gráfica japonesa oportuniza caminhos metodológicos que unem o estético ao conceito, sobretudo porque, ao eliminar as dificuldades de compreensão de palavras e imagens, produzem entretenimento e conhecimento de mundo ao leitor.
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