A “CIDADE-PERFUME” E SEU “SPORT CLUB”:
lazer, cultura e as redes de sociabilidade no distrito-sede de Iguaçu (1917-1939).
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2024.82408Palavras-chave:
Baixada Fluminense, Iguassú, Sociabilidade , Imprensa , Espaços DifusosResumo
A “Cidade-Perfume”, um dos adjetivos atribuídas ao distrito-sede de Iguaçu por seu envolvimento com a Citricultura, experienciou intervenções urbanísticas que reorganizaram seu traçado. Praças, bares, abertura e/ou melhoramento de ruas, estabelecimentos comerciais, clubes esportivos, cinemas e novos logradouros públicos estavam entre as ações empreendidas pela municipalidade. O núcleo central da cidade trajava-se de gala para os “novos tempos” vindouros. Acompanhando de perto as intervenções, Silvino de Azeredo e sua folha, o Correio da Lavoura – um dos 20 periódicos mais antigos do Brasil, ainda em circulação – ao passo que publicizava as práticas de governança local, transitava, também, por espaços formais e difusos de sociabilidade. Entre esses, o Sport Club Iguaçu ocupa um lugar de destaque, espraiando-se para além de seus limites. A prefeitura e o “Club”, por vezes, se confundiam. Dialogando com Pesavento (2007), o trabalho propõe uma breve compreensão das múltiplas cidades que coabitam intrinsecamente no distrito-sede de Iguassú e as ações pedagogizantes propostas pela governança local. Cunha (2008) fornece as bases para o entendimento de como esses espaços mediados transmutam-se em lugares e territórios sociais. A metodologia utilizada foi a Pesquisa Histórica no/com o periódico local. Por fim, os trabalhos de Alexandre (2021), Dias (2014), Silva (2009), Melo (2015) e Simões (2007) completam o arcabouço teórico utilizado para escrutinar as práticas sociais iguaçuanas do período. Espera-se, com essa proposta, colaborar com a produção de conhecimento sobre as ricas histórias da cidade de Nova Iguaçu.
Referências
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