UMA GERAÇÃO DE POLÍTICAS INCLUSIVAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA:
do acesso e permanência ao acolhimento
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2024.80020Palavras-chave:
Universidade Pública, Ações Afirmativas, Cotas Raciais, Democratização, AcolhimentoResumo
Nos últimos vinte anos, a universidade pública brasileira tornou-se mais negra, popular e feminina do que jamais foi em toda sua história. Este artigo revê essa geração de políticas inclusivas de uma perspectiva autobiográfica, priorizando o ponto de vista de um professor que vivenciou essas mudanças na vida universitária. Em 2004, o marco inicial foi a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que mudou a forma de acesso e passou a demandar políticas de permanência voltadas para o novo perfil dos ingressantes, com investimento na ampliação e interiorização de campi, bolsas de estudos, alimentação e transporte. A partir de 2012, as políticas de ação afirmativa, especialmente as cotas raciais, e o crescimento de demandas de justiça de gênero ampliaram o sentido da inclusão para além de suportes materiais, trazendo para o centro do debate as políticas de acolhimento, voltadas para a promoção de um ambiente livre de discriminações, com valorização da diversidade e atenção às questões subjetivas, mas que afetam objetivamente a vida do estudante universitário, como o sofrimento e a depressão. A conclusão se debruça sobre os desafios atuais das políticas inclusivas para pensar os avanços e limites de uma universidade em transformação.
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