GÊNERO, DIVERSIDADE E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: para além do enclausuramento dos armários curriculares
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2023.78361Palavras-chave:
Currículo, Ensino de língua portuguesa, Gênero e diversidade.Resumo
Aproximando teoria e prática, o presente trabalho discute a pertinência da temática “gênero e diversidade” nos currículos praticados em aulas de Língua Portuguesa e relata um projeto didático desenvolvido com turmas do terceiro ano do Ensino Médio no Colégio de Aplicação da UFRJ. A exposição do relato, ao assumir uma criação cotidiana do currículo, encontra na pesquisa narrativa (ALVES,2008) um tempo-espaço privilegiado para a análise de “políticas práticas educacionais cotidianas”, que se embasam em efetivas “práticas curriculares reais” (OLIVEIRA, 2006; 2013). Na primeira parte do artigo, analisa-se, em linhas gerais, o histórico da BNCC (2018), que excluiu de sua versão final qualquer proposta de trabalho com as temáticas de “gênero” e “sexualidade”. Em diálogo com os estudos de Judith Butler (2003), discute-se, criticamente, a pertinência deste debate para uma formação dos estudantes de educação básica que esteja efetivamente comprometida com o respeito à diversidade de identidades de gênero para a garantia dos direitos humanos. Na segunda parte, apresenta-se o relato em si, que recorre às teorias das textualidades (ANTUNES, 2009) para apresentarmos uma proposta de ensino de língua portuguesa preocupado com a formação cidadã e democrática dos estudantes, tomando como eixo transversal a temática “gênero e diversidade”.
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