LÍNGUA FALADA E (OU) LÍNGUA ESCRITA? A BNCC E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA SOB UMA ANÁLISE DISCURSIVA
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2023.78348Palavras-chave:
BNCC, Ensino-aprendizagem, Língua Portuguesa, Análise do Discurso.Resumo
Ao longo de nossas pesquisas e prática docente, observamos que o ensino-aprendizagem da língua nos bancos escolares se dá, de um modo geral, a partir de uma dicotomia entre língua e fala, com privilégio de um ensino da estrutura e(m) sua forma. O objetivo deste artigo é analisar os efeitos de sentidos sobre a língua portuguesa e o seu ensino, que se materializam na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ademais, suas implicações no que concernem à relação entre língua falada e língua escrita nos bancos escolares. Para tanto, os pressupostos teórico-analíticos da Análise do discurso de linha Pecheutiana nos darão maiores subsídios para pensarmos a relação do sujeito à língua em aprendizagem, bem como às questões identitárias que envolvem essa relação. Consideramos que a abordagem de ensino de língua portuguesa vigente contribui para práticas de exclusão reproduzidas historicamente. Sendo assim, ao tomarmos em atenção às contribuições da Análise do discurso de linha francesa (Pêcheux) para um ensino de língua, sobretudo materna, buscamos novas possibilidades de pensar as noções de língua e sujeito a fim de produzir práticas mais inclusivas em nosso país.
Referências
ALTHUSSER, L. Análise crítica da teoria marxista. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.
ALTHUSSER, L. Ideologia e Aparelhos ideológicos do Estado. Lisboa: Presença, 1970
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL Lei de diretrizes e bases da educação nacional, nº 9394/96. Brasília: 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2018. Fonte disponível em <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_110518.pdf Acesso em 02 nov.2022
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2016. Fonte disponível em <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/relatorios-analiticos/bncc-2versao.revista.pdf> Acesso em 02 nov.2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2015. Fonte disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/relatorios-analiticos/BNCC-APRESENTACAO.pdf Acesso em 02 nov.2022.
CARTA CAPITAL. Conheça as palavras africanas que formam nossa cultura. Educação. Disponível em <https://www.cartacapital.com.br/educacao/conheca-as-palavras-que-herdamos-da-africa/.> Acesso em 30 de out. 2022.
COELHO, J. Influência Indígena na Língua Portuguesa – Brasil: Palavras são elemento fundamental na afirmação da cultura africana no Brasil. Recanto das Letras. Disponível em<https://www.recantodasletras.com.br/artigos/4945746> Acesso em 30 de out. 2022.
DARÓZ, E. P. Do silêncio ao eco: uma análise dos dizeres sobre a língua inglesa e o seu ensino que ressoam no discurso do aluno. Tese de doutoramento. Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagem. Universidade Federal Fluminense. Niterói-RJ, 2018. Disponível em < https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/7205/TESE_vers%C3%A3o%20final_Elaine%20Daroz.pdf?sequence=1> Acesso em 17 nov. 2022.
MARQUES, A. A. A pedagogia tecnicista: um breve panorama. 2012. Revista Itinerarius Reflectionis. Revista Eletrônica do curso de Pedagogia do campus Jataí – UFG. v 1. n.12. 2012. ISSN: 1807-9342. Disponível em <https://revistas.ufg.br/rir/article/download/20378/19218.> Acesso em 02 nov. 2022.
MELMAN, C. Imigrantes: incidências subjetivas das mudanças de língua e país. São Paulo: Escuta, 1992.
ORLANDI, E. P. Discurso e Leitura. São Paulo: Cortez. Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2001.
ORLANDI, E. P.; SOUZA, T. C. C. A língua imaginária e a língua fluida: dois métodos de trabalho com a linguagem. In: ORLANDI, E. P. (org.). Política linguística na América Latina. Campinas: Pontes, 1988.
PÊCHEUX, M.; GADET, F. A língua inatingível. Campinas: Pontes, 2004 [1981].
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Editora da Unicamp, 1988 [1975]
PÊCHEUX, M. Papel da memória. In: ACHARD, P. et al. Papel da memória. Campinas, São Paulo: Pontes, 2007.
PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso. In: GADET, F.; HAK, T. (orgs.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da Unicamp, 2010 [1969].
SAUSSURE, F. de. Cours de linguistique générale. Grand Bibliothèque Payot, Paris VI, 1967.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).