LÍNGUA FALADA E (OU) LÍNGUA ESCRITA? A BNCC E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA SOB UMA ANÁLISE DISCURSIVA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/periferia.2023.78348

Palavras-chave:

BNCC, Ensino-aprendizagem, Língua Portuguesa, Análise do Discurso.

Resumo

Ao longo de nossas pesquisas e prática docente, observamos que o ensino-aprendizagem da língua nos bancos escolares se dá, de um modo geral, a partir de uma dicotomia entre língua e fala, com privilégio de um ensino da estrutura e(m) sua forma. O objetivo deste artigo é analisar os efeitos de sentidos sobre a língua portuguesa e o seu ensino, que se materializam na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ademais, suas implicações no que concernem à relação entre língua falada e língua escrita nos bancos escolares. Para tanto, os pressupostos teórico-analíticos da Análise do discurso de linha Pecheutiana nos darão maiores subsídios para pensarmos a relação do sujeito à língua em aprendizagem, bem como às questões identitárias que envolvem essa relação. Consideramos que a abordagem de ensino de língua portuguesa vigente contribui para práticas de exclusão reproduzidas historicamente. Sendo assim, ao tomarmos em atenção às contribuições da Análise do discurso de linha francesa (Pêcheux) para um ensino de língua, sobretudo materna, buscamos novas possibilidades de pensar as noções de língua e sujeito a fim de produzir práticas mais inclusivas em nosso país.

 

Biografia do Autor

Elaine Pereira Daróz, Universidade Católica de Pernambuco

doutora em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF/CAPES) e contemplada com o prêmio Bolsista Nota 10 pela FAPERJ. Realizou estágio doutoral na instituição francesa Universitè Sorbonne Nouvelle, Paris III, produzindo pesquisas que contemplam uma articulação entre Análise do discurso de linha francesa (Pêcheux) e a História das Ideias Linguísticas, também com a bolsa de fomento CAPES/PDSE. Possui Pós-doutorado em Análise do discurso pela Universidade de São Paulo (USP/FAPESP). Mestre em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Atualmente, Professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação de Ciências da Linguagem na Unicap, e membro dos grupos de estudos: Discurso, sujeito e sociedade (Unicap); Estarte (UNAERP) e Eladis (USP), com pesquisas relativas à relação sujeito, língua e sociedade numa abordagem semântico-discursiva. Membro do Comitê de Ética da Universidade Católica de Pernambuco.

 

Nadia Pereira Gonçalves de Azevedo, Universidade Católica de Pernambuco

Doutora em Letras e Linguística (Doutorado, UFPB, 2006). Mestre em Fonoaudiologia (Mestrado Acadêmico, PUC-SP, 2000), Fonoaudióloga (Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação - IBMR, Rio de Janeiro, 1978), com especialização em Patologias da Linguagem (UNICAP, 1984) e título de especialista em Linguagem pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa, 2006; renovação do título em 2012 e 2017). Professora adjunto IV da Universidade Católica de Pernambuco, atua na Graduação em Fonoaudiologia e como professora e pesquisadora no Programa de Pós-graduação stricto sensu em Ciências da Linguagem (mestrado e doutorado). Utiliza como aporte teórico-metodológico a Análise do Discurso de linha francesa, na relação com a aquisição e distúrbios de linguagem, em especial, a gagueira e a afasia.

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Publicado

2023-11-20

Como Citar

Daróz, E. P., & Azevedo, N. P. G. de. (2023). LÍNGUA FALADA E (OU) LÍNGUA ESCRITA? A BNCC E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA SOB UMA ANÁLISE DISCURSIVA. Periferia, 15, e78348. https://doi.org/10.12957/periferia.2023.78348

Edição

Seção

Dossiê