SOLIDÃO, DIVISÃO SUBJETIVA E CANSAÇO:
trajetórias de mulheres pobres no ensino superior
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2024.76881Palavras-chave:
Mulher, Periferias urbanas; , Educação Superior; , Patriarcado; , Gênero;Resumo
Este trabalho é fruto do amadurecimento de pesquisas e reflexões oriundas de experiência docente em cursos de nível superior majoritariamente femininos situados em territórios periféricos urbanos do estado do Rio de Janeiro, em especial, na Baixada Fluminense. Optou-se pelo método do materialismo histórico para investigar quais as principais tensões enfrentadas por mulheres em suas trajetórias acadêmicas e para compreender como determinações sociais, políticas e econômicas influenciaram em suas escolhas e em sua permanência nestes cursos, tomando como base três eixos de discussão intimamente relacionados: territorialidade, educação superior e gênero. Trata-se de uma pesquisa empírica de caráter qualitativo e quantitativo cujos dados foram obtidos através de questionários e entrevistas semiestruturadas com estudantes mulheres de uma Instituição de Educação Superior em Duque de Caxias de três diferentes cursos e, com o recurso da triangulação, procurou-se cotejar os dados com a análise documental e bibliográfica. Os resultados da investigação apontam para a constatação que as estudantes, diante das condições objetivas e subjetivas na consecução de seus cursos de educação superior em Duque de Caxias, são submetidas a um franco processo de longa duração de alienação que redunda no enfrentamento contínuo de vivências complexas e não óbvias de grandes desafios de ordem política, subjetiva e material com o predomínio de diversas expressões de violência material e simbólica construída ao longo da história da região em consonância com processos maiores de nível nacional.
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