PESQUISA POR DEMANDA E INTELECTUAIS INSURGENTES
outras aprendizagens no campo da educação e das ciências sociais
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2023.76759Palavras-chave:
Pesquisa por demanda, Intelectuais orgânicos, Escolonização;, Insurgência epistemológica.Resumo
Ao longo do período da crise sanitária global de COVID-19 (2020-2021), os movimentos sociais apresentaram um protagonismo expressivo, pelo engajamento no debate sobre as saídas possíveis e empreenderam esforços na busca de apoio e acompanhamento da situação enfrentada nos territórios mais vulneráveis do país. Nesse artigo, a análise é sobre as formas de posicionamento ético, político e epistemológico, explicitadas por vertentes, que se tornaram referência na América Latina e Caribe. Observa-se a posição do Brasil e as formas de engajamento de grupos oriundos das lutas travadas nas bases da sociedade que se deslocam para as Instituições de Ensino Superior (IES). Interessa compreender os reflexos de uma produção significativa e que alavanca mudanças nas assimetrias de poder próprias do acontecimento universitário. Consideramos reveladores os temários que mobilizam estudos a partir da participação de estratos que apresentam vínculos com movimentos sociais e políticos. Em nossa análise, está em curso um ethos descolonizador no campo da produção científica que cresce na medida em que as classes populares se movimentam para os núcleos de pesquisas consolidados nas referidas IES.
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