A NARRATIVA-ESCREVIVÊNCIA COMO POSSIBILIDADE DE RESISTÊNCIA POLÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2023.73399Palavras-chave:
Literatura, Escrevivências, Experiência.Resumo
O presente artigo compartilha a minha assunção por caminhos teóricos-metodológicos enquanto pesquisadora que opta em sua dissertação de mestrado por se afastar dos modos tradicionais e positivistas e/ou hegemônicos de se fazer pesquisa em que o conhecimento para ser legitimado precisa ser medido, quantificado e validado por uma ciência moderna contemporânea, racista e hegemônica que exclui negros do processo de produção do conhecimento (ROSA, BRITO; PINHEIRO, 2020). Aproximo-me, assim de modos de pesquisar que acolham uma pesquisa escrita em primeira pessoa, onde minha escrita esteja articulada com as experiências vividas por mim enquanto mulher negra e professora de educação infantil no território de favela. Para isso, utilizo-me das escrevivências (EVARISTO, 2020) como instrumento metodológico e como possibilidade de narrar o vivido (LIMA; GERALDI; GERALDI, 2015), evocando experiências cotidianas em um discurso que é enunciado de dentro da minha própria realidade. No texto, defendo a literatura como possibilidade de potencializar a construção das identidades, o fortalecimento e a valorização do pertencimento negro em que narrativas promovem o encantamento e a descoberta da beleza de ser negro e a denúncia da condição subalterna que a sociedade insiste em nos colocar enquanto mulher e negra, em especial no ambiente acadêmico, em que nossas vozes são sistematicamente silenciadas e o conhecimento advindo da experiência é refutado sistematicamente.
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