SONHAR COM A SORBONNE? VOCÊ VEIO DO VALE DO IPÊ! A cor da Baixada Fluminense

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/periferia.2023.73329

Palavras-chave:

Educação, Racismo, Periferia, Baixada Fluminense.

Resumo

Este artigo discute a relação entre o recorte racial que abarca o processo de formação da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro e a construção do pensamento comum de que pessoas oriundas das periferias estão sentenciadas geograficamente a espaços destinados à lonjura e pobreza. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo como procedimento técnico o levantamento bibliográfico e está delineada na metodologia afetiva e na escrevivência, uma vez que parte da experiência vivida no seio da comunidade familiar e territorial de uma das autoras. De acordo com as análises realizadas é possível considerar a existência de um projeto de sociedade articulado pelas elites e agentes públicos (litoral - formado por pessoas brancas), com base na distribuição socioespacial, que inviabiliza a população periférica (“sertão distante” - formado por uma população de cor), sobretudo jovem, desde muito cedo de ousar sonhar. Em razão disto, pretende-se contribuir com o amplo debate acerca do direito à cidade enquanto instrumento de transformação da realidade social e empoderamento da juventude negra e periférica.

Biografia do Autor

Ana Sarah Cardoso Teixeira - Ndandá Kialunda, Universidade do Norte Paraná

É graduada em Pedagogia pela Universidade do Norte Paraná. Professora de Educação Infantil na Jangada Escola. Tem lecionado na rede pública e privada de educação em alguns municípios do Rio de Janeiro desde 2013.

Geisa Ferreira, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Geisa Ferreira é Pedagoga e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO. Especialista em Corpo, Diferença e Educação pela Faculdade Angel Vianna. Educadora e uma das idealizadoras do Coletivo de educação Casa Escola. Compõe a equipe de coordenação pedagógica da escola Jangada. Realiza oficinas e rodas de conversas na temática das relações étnico-racias onde aborda: a aplicação da lei 10639/03; a importância das epistemologias negras nas diversas áreas do conhecimento; o estudo e construção de práticas educativas inspiradas nos valores civilizatórios afro-brasileiros (de Azoilda Loretto da Trindade). Participa do grupo de estudos e pesquisas DEGENERA (Desconstrução de Gêneros) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ.

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Publicado

2023-07-26

Como Citar

Teixeira - Ndandá Kialunda, A. S. C., & Ferreira, G. (2023). SONHAR COM A SORBONNE? VOCÊ VEIO DO VALE DO IPÊ! A cor da Baixada Fluminense. Periferia, 15, e73329. https://doi.org/10.12957/periferia.2023.73329

Edição

Seção

Dossiê