PEDAGOGIA DAS ENCRUZILHADAS
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2018.31504Palavras-chave:
Conhecimento, antirracismo, decolonialidadeResumo
Este artigo é resultado de uma Tese de doutorado em Educação intitulada Exu e a Pedagogia das Encruzilhadas. O mesmo tem como proposta desenvolver a crítica e propor outros caminhos no que tange as problemáticas do racismo, colonialismo e da educação. A ação aqui é invocar e encarnar as potências de Exu, divindade iorubana transladada na diáspora, para propor uma Pedagogia das Encruzilhadas. Parto da defesa da não redenção do colonialismo, problematizando a continuidade de seus efeitos na formação de um mundo múltiplo e inacabado, lido, aqui, a partir da disponibilidade conceitual assente na encruzilhada de Exu ‒ que emerge, assim, como símbolo de um projeto político/poético/educativo outro. A pedagogia encarnada pelas potências do orixá tece um balaio de múltiplos conceitos que confrontam a arrogância e a primazia dos modos edificados pela lógica colonial. Dessa forma, mais que confrontar os limites da razão dominante, a proposta que por ora se lança aponta outros caminhos: a partir de invenções paridas nas fronteiras e nos vazios deixados, são sabedorias reconstrutoras dos seres que, na invenção do Novo Mundo, foram submetidos à política de subordinação, encarceramento e morte da raça/racismo. A educação, nesse sentido, é apresentada como caminhos enquanto possibilidades de reinvenção de seres, uma resposta responsável e comprometida com a justiça cognitiva/social e com a vida em sua diversidade e imanência.
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