Macabéa, Flor de Mulungu: a reescrita de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.88957Palavras-chave:
Reescrita, Vivências, Racismo, BranquitudeResumo
A partir da análise de Macabéa, Flor de Mulungu de Conceição Evaristo, o artigo vai analisar como, através da linguagem e do conceito de ‘escrevivência’, Evaristo constrói a subjetividade de Macabéa e a faz ressurgir a partir do seu lugar de subalternidade. Respondendo à escritora Clarice Lispector, que dá o ponto de partida na denúncia do racismo e dos ideais da branquitude, Conceição reescreve a personagem de A Hora da Estrela, narrada por um homem branco e carioca, Rodrigo S. M. Temas esses pouco conhecidos na época da ditadura militar num país que acreditava no mito da democracia racial. Partindo de um referencial teórico de mulheres negras: Gonzalez (1984, 1988), Santos (2021) Spivak (2018) Lugones (2010), a ideia é mostrar como a personagem ressurge após 35 anos, tendo em vista as inúmeras transformações sociais ocorridas no Brasil, como a Constituição de 1988, e os seus desdobramentos a partir de então.
Downloads
Referências
Angu de Grilo: 5 anos, ao vivo com Conceição Evaristo. Locução de Flávia Oliveira e Isabela Reis: Rio de Janeiro: 25 de agosto de 2024. Angu de Grilo. Disponível em: https://open.spotify.com/episode/1xlw41VnHn5PFGFRX65OEO. Acesso em: 02/10/2024.
BENTO, Cida. O pacto da Branquitude. 1ª ed- São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas. Ano 10 vol. 1, 2002. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ref/v10n1/11636.pdf> Acesso em: 23 abril. 2021.
EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de Minha Mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. Mesa de Escritoras Afro-brasileiras. XI SEMINÁRIO NACIONAL MULHER E LITERATURA/II SEMINÁRIO INTERNACIONAL MULHER E LITERATURA, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: http://nossaescrevivencia.blogspot.com/search?q=grafia+desenho+de+minha+m%C
3%A3e. Acesso em: 27 de setembro de 2024.
EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Belo Horizonte: Nadyala, 2011.
EVARISTO, Conceição. Olhos D’Água. 1ª ed- Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca Nacional, 2016
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro latino americano: ensaios, intervenções e diálogos/organização Flávia Rios, Márcia Lima – 1ª ed, - Rio de Janeiro, Zahar, 2020.
GONZALEZ, Lélia: primavera para as rosas negras. Rio de Janeiro: UCPA Editora, 2018.
HOLANDA, Heloísa Buarque (org). Explosão Feminista: arte, cultura, política e universidade. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
HOLANDA, Heloísa Buarque. Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.
HOLANDA, Heloísa Buarque. Pensamento feminista brasileiro: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogò, 2019
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela [recurso eletrônico] / Clarice Lispector. – Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2013.
MEDEIROS, V.L.C. Luzes difusas sobre o verde-amarelo: questões brasileiras na perspectiva de Clarice Lispector. Tese de Doutorado defendida em 2002 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/15015#
LUGONES, Maria. In: Pensamento Feminista hoje, perspectivas decoloniais. Org: Heloísa Buarque de Holanda. Rio de Janeiro, Bazar do Tempo, 2020.
PAIXÃO, Mayara. O Movimento Negro e a Constituição de 1988: uma revolução em andamento. https://www.brasildefato.com.br/especiais/o-movimento-negro-e-a-constituicao-de-1988-uma-revolucao-em-andamento acesso em 21/07/2024
SOUZA. Neusa Santos. Tornar-se negro: ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o Subalterno falar? tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010. p. 66-67.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista Palimpsesto publica artigos e resenhas inéditos, referentes as áreas de Letras e Linguística. Publica volumes mistos e/ou temáticos, com artigos e resenhas em português, inglês, espanhol e francês.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Palimpsesto utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.