Pragmática e Cognição: a codificação gramatical da expectativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2024.79927

Palavras-chave:

expectativa, contraexpectativa, pragmática, cognição, pressuposição.

Resumo

Sistematicamente, os falantes marcam, na gramática, cálculos acerca de quais acreditam ser as expectativas dos ouvintes em relação ao mundo. Neste artigo, fazemos uma análise desse fenômeno, primeiramente, da perspectiva da estrutura informacional. Defendemos que a evocação do cálculo de expectativa acontece via pressuposição. Assim, defendemos que deve haver, para além das pressuposições de topicalidade, consciência e conhecimento, uma pressuposição de expectativa, não prevista na tipologia de Lambrecht (1994). Para explorar a diferença entre conhecimento e expectativa, fazemos também uma análise de modelos cognitivos idealizados da Gramática Cognitiva de Langacker (1991), demonstrando que se trata de fenômenos cognitivamente distintos.

Biografia do Autor

Clara Sousa, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestre em Linguística pela UFRJ. Aluna de doutorado no Programa de Pós Graduação em Linguística da UFRJ.

Diogo Pinheiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor em Linguística pela UFRJ. Professor do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFRJ e do Departamento de Linguística e Filologia da UFRJ.

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Publicado

2024-01-30

Como Citar

Sousa, C., & Pinheiro, D. (2024). Pragmática e Cognição: a codificação gramatical da expectativa. Palimpsesto - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 23(44), 195–218. https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2024.79927

Edição

Seção

Estudos de Língua