Da insurgência da mulher no discurso da canção: um estudo para a sala de aula

Autores

  • Fernanda Fernandes Pimenta de Almeida Lima Universidade Estadual de Goiás (UEG) / Instituto Acadêmico de Educação e Licenciaturas (IAEL)
  • Natália Costa Azevedo de Faria Universidade Estadual de Goiás (UEG-UNUINHUMAS)

DOI:

https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2023.78859

Palavras-chave:

canção, discurso, mulher, resistência, ensino.

Resumo

Neste trabalho, analisamos sentidos de resistência da mulher na canção Meu Bem (Alvarenga et al., 2020), à luz do postulado da Análise do Discurso francesa e de algumas concepções que norteiam os estudos do letramento. Com isso, refletimos sobre o caráter relacional do poder e os efeitos de sentidos que emergem nos enunciados dessa canção. Destes, ecoam vozes insurgentes a modelos pré-estabelecidos que impuseram à mulher e ao seu corpo condições de existência, geralmente conduzidas pelo querer alheio. Observamos, nesse contexto, como o gênero canção possibilita ao sujeito escolar uma formação crítica, como efeito de seu vínculo com a experiência multissemiótica da leitura enquanto prática de resistência aos ditames sobre a aparência e a existência da mulher.

Biografia do Autor

Fernanda Fernandes Pimenta de Almeida Lima, Universidade Estadual de Goiás (UEG) / Instituto Acadêmico de Educação e Licenciaturas (IAEL)

Professora do Departamento de Letras do Instituto Acadêmico de Licenciaturas (IAEL) da Universidade Estadual de Goiás (UEG-UNUINHUMAS).

Natália Costa Azevedo de Faria, Universidade Estadual de Goiás (UEG-UNUINHUMAS)

Natália Costa Azevedo de Faria possui Graduação em Letras, com Habilitação em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e suas respectivas Literaturas, pela Universidade Estadual de Goiás (UEG-UNUINHUMAS), é Discente do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em "Inclusão e Atendimento Educacional Especializado", no Centro Universitário UNIFECAF.

 

Referências

ALVARENGA, Taís; BIAZIN, Carolaine dos Reis; CAROPRESO, Pedro Luís Garcia; VALBUSA, Danilo; FERRAZ, Marcelo. Meu bem. In: ALVARENGA, Taís. De onde eu vim o amor não acaba. São Paulo: Sony Music, 2020. Faixa 02 (3:01). EP (17:20 min.). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CroiE1qPAuY. Acesso em: 1 out. 2021.

BEAUVOIR, Simone de. A velhice: a realidade incômoda. Tradução de Heloysa de Lima Dantas. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf.

CORBIN, Alain. O encontro dos corpos. In: CORBIN, Alan. COURTINE, Jean-Jacques. VIGARELLO, Georges. História do corpo: da revolução à grande guerra. Tradução de João Batista Kreuch, Jaime Clasen e Ephraim Ferreira Alves. 2. ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2008.

FERNANDES, Cleudemar A. Análise do discurso: reflexões introdutórias. São Carlos: Claraluz, 2007.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2004a.

FOUCAULT, Michel. Ética, sexualidade, política. Coleção Ditos e Escritos, Vol. V. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004b.

ORY, Pascal. O corpo ordinário. In: CORBIN, Alan. COURTINE, Jean-Jacques. VIGARELLO, Georges. História do corpo: as mutações do olhar: o século XX. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. 2. ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2008. p. 155-195.

PÊCHEUX, Michel. Papel da memória. In: ACHARD, Pierre; DAVALLON, Jean; DURAND, Jean-Louis; PÊCHEUX, Michel; ORLANDI, Eni. Papel da memória. Tradução de José Horta Nunes. Campinas, SP: Pontes, 1999.

PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução Eni P. Orlandi, Lourenço C. Jurado Filho, Manoel L. G. Côrrea, Silvana M. Serrani. 3. ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1997.

PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Tradução de Viviane Ribeiro. Bauru, SP: EDUSC, 2005.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. Tradução de Ângela M. S. Côrrea. São Paulo: Contexto, 2019.

RAGO, Margareth. Feminismo e subjetividade em tempos pós-modernos. In: COSTA, Claudia Lima; SCHMIDT, Simone Pereira (Org.). Poéticas e políticas feministas. Florianópolis: Editora das Mulheres, 2004. Disponível em: http://www.historiacultural.mpbnet.com.br/feminismo/Feminismo_e_subjetividade.pdf.

ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

Downloads

Publicado

2023-12-12

Como Citar

Lima, F. F. P. de A., & Faria, N. C. A. de. (2023). Da insurgência da mulher no discurso da canção: um estudo para a sala de aula. Palimpsesto - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 22(43), 76–94. https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2023.78859