“As vantagens e doçuras inapreciáveis da liberdade”. Africanos livres, arrematantes particulares e o trabalho compulsório, século XIX.

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.12957/revmar.2021.57335

Mots-clés :

Africanos livres, Arrematantes particulares, Rio de Janeiro

Résumé

O artigo busca analisar como os africanos livres entregues aos arrematantes particulares desempenhavam o seu trabalho nas ruas e casas da cidade do Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX. Algumas questões nortearam a pesquisa: como o decreto que determinou a emancipação definitiva desses trabalhadores em 1853 impactou a dominação exercida por seus tutores? As fontes disponíveis são capazes de indicar o que significaria para os africanos livres a sua “segunda” liberdade? Utilizando os anúncios de fuga publicados em periódicos e as ações de liberdade seguiremos os rastros de africanos como Firmo Moange, Juliana Congo, Jorge Mucena e tantos outros que lutaram por suas emancipações.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Carlos Eduardo Moreira de Araújo, Universidade Federal de Uberlândia

Professor Adjunto de Ensino de História e Educação para as Relações Étnico-raciais da Universidade Federal de Uberlândia. Pós-Doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UFRJ (2016). Doutor em História Social pela Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP (2009). Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro /UFRJ (2004). Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UFRJ (2001). Um dos organizadores do livro Rascunhos cativos: educação, escolas e ensino no Brasil escravista (2017). Co-autor do livro Cidades Negras. Africanos, crioulos e espaços urbanos no Brasil escravista do século XIX. (2006). Coordenador do Laboratório de Pesquisa em Patrimônio, Memória e Identidade (DG - CNPq LAPAMI / UFU) e Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação para as Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas (NEPERE / UFU). Tem experiência na área de pesquisa histórica, atuando principalmente nos seguintes temas: Brasil Império; história da escravidão africana no Brasil; sistema prisional no império; Casa de Correção do Rio de Janeiro; obras públicas; história urbana; Relações Étnico-raciais e Ensino de História.

Références

ARAÚJO, Carlos E. M. Cárceres Imperiais. A Casa de Correção do Rio de Janeiro. Seus detentos e o sistema prisional no império, 1830 – 1861. Tese de Doutorado em História. Campinas: UNICAMP, 2009.

_________________. “Arquitetando a liberdade: os africanos livres e as obras públicas no Rio de Janeiro imperial”. In: História Unisinos. V.14, N. 3. (2010). pp 329 – 333.

BERTIN, Enidelce. “Quando ser “possuída da liberdade” tornava Maria uma “preta de caráter feroz”” In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011.

BERTIN, Enidelce. Os meia-cara: africanos livres em São Paulo no século XIX. São Paulo: Tese de doutorado USP, 2006.

BLUTEAU, Rafael. Dicionário da língua portuguesa composto pelo padre D. Rafael Bluteau, reformado e acrescentado por Antonio de Moraes Silva. Tomo I. Lisboa: Oficina Simão Thadeu Ferreira, 1789. https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5412 Acessado em 22/12/2020.

BURKE, Peter. (org.). A Escrita da História. São Paulo: Editora da Unesp, 1992.

CHALHOUB, Sidney. Visões da Liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia das Letras, 1990.

FLORENCE, Afonso B. Entre o cativeiro e a emancipação: a liberdade dos africanos livres no Brasil, 1818 – 1864. Dissertação de Mestrado, UFBA. Bahia, 2002.

FLORENTINO, Manolo. (org.) Tráfico, cativeiro e liberdade: Rio de Janeiro, séculos XVII-XIX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

KARASCH, M. A vida dos escravos no Rio de Janeiro. 1808 – 1850. São Paulo: Cia das Letras, 2000.

LARA, Silvia; MENDONÇA, Joseli. Direitos e Justiças no Brasil. Campinas: Unicamp, 2006.

MAMIGONIAN, Beatriz G. Africanos livres. A abolição do tráfico de escravos no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 2017.

MOURA, Zilda Alves de. Dos sertões da África para os do Brasil: os africanos livres da Sociedade de Mineração de Mato Grosso (Alto Paraguai – Diamantino, 1851 – 1865). Dissertação de Mestrado: UFSC, 2015.

OLIVEIRA, Cyra Luciana Ribeiro de. Os africanos livres em Pernambuco, 1831 – 1864. Pernambuco: Dissertação de Mestrado UFPE, 2014.

PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

REIS, J. J. “De escravos a rico liberto: a trajetória do africano Manoel Joaquim Ricardo na Bahia Oitocentista”. In: Revista de História. São Paulo, n. 174. jan/ jun., 2016.

RIBEIRO, Mariana Alice Pereira Schatzer, “Os africanos livres na Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema: funções, origens étnicas e rotina de trabalho (1840 – 1850)”. IN: Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana. Ano VI, Nº XII, Dezembro / 2013. Pp. 6 – 38.

RODRIGUES, Jaime. O infame comércio: propostas e experiências no final do tráfico de africanos para o Brasil (1800-1850). Campinas: Ed. UNICAMP- CECULT, 2000.

SOARES, Carlos Eugênio L. “Os últimos malungos: moradia, ocupação e criminalidade entre libertos africanos, 1860 – 1900” In: FARIAS, Juliana B. SOARES, Carlos Eugênio L. GOMES, Flávio S. No Labirinto das Nações. Africanos e identidades no Rio de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005.

SOARES, Carlos Eugenio L. Zungú: rumor de muitas vozes. Rio de Janeiro: APERJ, 1998.

SOARES, Luís Carlos. O “Povo de Cam” na capital do Brasil: a escravidão urbana no Rio de Janeiro do século XIX. Rio de Janeiro: Faperj/7Letras, 2007.

SOUZA, Jorge Luiz Prata de. Africano livre ficando livre. Trabalho, cotidiano e luta. Tese de Doutorado em História. São Paulo, USP, 1999.

Dossiê n. 28 (2021): Saberes e poderes no universo ibérico: discursos da cultura escrita na modernidade (Séculos XVI-XIX)

Téléchargements

Publiée

2021-11-17

Comment citer

DE ARAÚJO, Carlos Eduardo Moreira. “As vantagens e doçuras inapreciáveis da liberdade”. Africanos livres, arrematantes particulares e o trabalho compulsório, século XIX. Revista Maracanan, Rio de Janeiro, Brasil, n. 28, p. 192–210, 2021. DOI: 10.12957/revmar.2021.57335. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/maracanan/article/view/57335. Acesso em: 11 déc. 2025.

Numéro

No 28 (2021): Saberes e poderes no universo ibérico: discursos da cultura escrita na modernidade (Séculos XVI-XIX)

Rubrique

Artigos

Licence

Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista Maracanan o direito de publicação, sob uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, a qual permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.

Os dados e conceitos abordados são da exclusiva responsabilidade do autor.

A Revista Maracanan está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.