O Verme da Guiné e a Coleção de Helmintos do Instituto Oswaldo Cruz (CHIOC)
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2021.57326Abstract
O artigo tem como objetivo analisar o verme africano coletado por Oswaldo Cruz, o Dracunculus Medinensis Linneaeus, também conhecido como ‘verme da Guiné’, causador da dracunculose, que faz parte da Coleção de Helmintológica do Instituto Oswaldo Cruz (CHIOC) e foi encontrado parasitando o tecido subcutâneo de um homem no início do XX. Pretende-se, a partir desta amostra, discutir a importância das coleções científicas como objeto de estudo para a história das ciências, a presença do verme no Brasil e a ausência da disseminação da doença causada por ele, o que revela a dinâmica da relação entre hospedeiro e parasita no contexto social de transformações do século XIX, período caracterizado pelo intenso circuito transatlântico entre América e África.
Palavras-chave: Doença de Escravo; História da Saúde e das Doenças; Dracunculose, Verme da Guiné, Coleções Científicas.
Downloads
References
Bibliografia:
AMANTINO, Márcia. As condições físicas e de saúde dos escravos fugitivos anunciados no Jornal do Commercio (RJ) em 1850. In: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 14, n. 4, p.1377-1399, dez 2007.
BARBOSA, Keith Valéria de Oliveira. Doença e cativeiro: um estudo sobre a mortalidade e sociabilidades escravas no Rio de Janeiro, 1809-1831. Curitiba:CRV, 2020. 124p.
BENCHIMOL, Jaime L (Coord.). Manguinhos, do sonho à vida: A ciência na Belle Époque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 1990. 250p.
CARVALHO, Diana Maul de. Doenças dos escravizados, doenças africanas? In Pôrto, ngela (org. ). Doenças e escravidão: sistema de saúde e práticas terapêuticas. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2007. CD-ROM.
CHERNOVIZ, Pedro Luiz Napoleão. Dicionário de medicina popular. v.1. Paris: A. Roger et F. Chernoviz. 1890.
COURA, José Rodrigues et al (Orgs.). Centenário de Oswaldo Cruz: 1900-2000. Rio de Janeiro: memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 2000. 720p.
EUGÊNIO, Alisson. Ilustração, escravidão e as condições de saúde dos escravos no Novo Mundo. In: Varia. História. v. 25, n. 41, p. 227-244, jan. /jun. 2009.
FIGUEIREDO, Betânia Gonçalves. As doenças dos escravos: um campo de estudo para a história das ciências da saúde. In: Uma história brasileira das doenças. Rio de Janeiro: Mauad X, 2006, p. 252-274.
FREITAS, Octavio de. Doenças africanas no Brasil. São Paulo: Cia Ed. Nacional. 1935.
GUIMARÃES, Maria R. Cotrim. Os manuais de medicina popular do Império e as doenças dos escravos: o exemplo do ‘Chernoviz’. In: Revista Latinoamericana Psicopatologia Fundamental. v. 11, n. 4, p. 827-840, dez. 2008
KARASCH, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1950). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
LENT, Herman; FREITAS, J. F. Teixeira de. Alguns helminthos da collecção de Pedro Severiano de Magalhães. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro , v. 32, n. 2, p. 305-309, 1937 .
LIMA, Silvio Cezar de Souza. O corpo escravo como objeto das práticas médicas no Rio de Janeiro (1830-1850). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz, 2011.. 208 p.
MORAES, Mário Augusto Pinto de. Dermatoses por helmintos. ARS Cvrandi, v. 7, n. 6, p. 108-122, set. 1974.
NORONHA, Dely. Coleção Helmintológica do Instituto Oswaldo Cruz (CHIOC). In: I Simpósio Nacional de Coleções Científicas: Evento comemorativo aos 105 anos do Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro: IOC. FioCruz, 2005. Fls. 51-52
_______________ et al. Adolpho Lutz e a Coleção de Helmintologia do Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro: Museu Nacional, 2009. 154p.
PEREIRA. Manoel Victorino. “A Filaria de medina transportada para a America por negros D’Africa; provas de sua endemicidade na província da Bahia, e da sa introdução no corpo humano pelo Estômago”. In: Gazeta Médica da Bahia. Bahia: Officina Litho-Typographica de J. G Tourinho, 1877. Pág. 151-166.
PORTO, ngela. O sistema de saúde do escravo no Brasil do século XIX: doenças, instituições e práticas terapêuticas. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 13, n. 4, p. 1019-1027, Dec. 2006 .
RACHOU, René Guimarães. Distribuição geográfica das filarioses humanas no Brasil. Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais, v.9, n.1, p.79-100, jan. 1957.
REZENDE. Joffre Marcondes de. O símbolo da medicina e o verme da Guiné. In: Brasília Med. 2012; 49 (1): 76-78.
SÁ, Magali Romero; MAIA-HERZOG, Marilza. Doença de além-mar: estudos comparativos da oncocercose na América Latina e África. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 10, n. 1, p. 251-258, Apr. 2003.
Sigaud, Joseph François Xavier. Do clima e das doenças do Brasil ou estatística médica deste Império. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009.
STEPAN, Nancy. Gênese e evolução da ciência brasileira: Oswaldo Cruz e a política de investigação científica e médica. Rio de Janeiro: Editora Artenova s.a, 1976. 188p.
Sites:
Coleção Helmintológica do Instituto Oswaldo Cruz. Capturado em 20 jan. 2021. Online. Disponível na Internet: http://chioc.fiocruz.br/index?history
Lauro Pereira Travassos. Capturado em 20 jan. 2021. Online. Disponível na Internet: http://www.ioc.fiocruz.br/pages/personalidades/LauroPereiraTravassos.htm
José Gomes de Faria. Capturado em 20 jan. 2021. Online. Disponível na Internet: http://www.ioc.fiocruz.br/pages/personalidades/JoseGomesDeFaria.htm
René Guimarães Rachou. Capturado em 20. Jan. 2021. Online. Disponível na internet: http://www.cpqrr.fiocruz.br/pg/rene-guimaraes-rachou/
The Carter Center. Capturado em 20. Jan. 2021. Online. Disponível na Internet: https://www.cartercenter.org/health/guinea_worm/
The Transatlantic Slave Trade Database. Capturado em 25. jan. 2021. Online. Disponível na Internet: https://www.slavevoyages.org/assessment/estimates
Vitorino, Manuel. Dicionário Histórico-biográfico Brasileiro - DHBB. Capturado em 25. Jan. 2021. Online. Disponível na Internet: http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/VITORINO,%20Manuel.pdf.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
The copyrights of originals and translations published are automatically assigned to Revista Maracanan. The information contained in this papers are the sole responsibility of the authors.
The Copyright of the published articles belong to Revista Maracanan, with works simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License, which allows the sharing of work with mandatory recognition of authorship and initial publication in this journal, under the same license and for non-commercial purposes.

The Revista Maracanan is licensed with a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 Internacional License.


