Martins Lage e Mattos Costa:
a formação de um negociante na praça do Rio de Janeiro e em suas conexões atlânticas (1842-1857)
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2024.83189Palavras-chave:
Negociante, Capital, Mercantil, Rio de Janeiro, Conexões AtlânticasResumo
O presente artigo objetiva contribuir com o conhecimento sobre os negociantes na praça do Rio de Janeiro e suas conexões atlânticas, no século XIX. A pesquisa tem como objeto os primeiros quinze anos de formação e experiência na trajetória pessoal de negócios de Antônio Martins Lage (1825-1900), mas recupera as condições antecedentes que este negociante encontrou tanto nos negócios familiares herdados de seus pais, os Martins Lage, quanto no legado da experiência de associação familiar com o seu sogro, Joaquim de Mattos Costa. O texto conclui que Antônio Martins Lage logrou alcançar lugar de destaque, enquanto negociante e proprietário de capital mercantil, agindo na reiteração de processos históricos imbricados que delineavam um quadro de revitalização da escravidão, construção do Estado Nacional e arraigamento da subordinação brasileira na Divisão Internacional do Trabalho através do pleno funcionamento de sua economia agrário-exportadora.
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