As redes “transimperiais” de um “homem de negócios”:

as estratégias de Felisberto Caldeira Brant para alcançar o centro político imperial brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2024.82701

Palavras-chave:

Felisberto Caldeira Brant, Homem de Negócios, Bahia, Marquês de Barbacena, Redes transimperiais

Resumo

Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira e Horta, futuro marquês de Barbacena no Império do Brasil, é normalmente recordado na historiografia brasileira como figura de realce na política nacional brasileira no Primeiro Reinado. Felisberto, inclusive, é um dos personagens relevantes na trama política que culminou na abdicação de D. Pedro I em 7 de abril 1831. Todavia, uma outra faceta desse personagem é amplamente desconhecida pelo público leitor: sua atuação como “homem de negócios” na Bahia na primeira metade do século XIX. O presente artigo visa esmiuçar esse papel, destacando como as redes de negócios desenvolvidas por Felisberto foram primordiais para que ele pudesse se aproximar do centro político imperial, primeiramente da Corte joanina e, posteriormente, já no Brasil independente, o levasse a se tornar um dos homens de confiança do primeiro imperador brasileiro.

Biografia do Autor

Rafael Cupello Peixoto, Centro Universitário Celso Lisboa

Professor do Centro Universitário Celso Lisboa, Escola de Formação de Professores, Curso de História. Doutor em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Mestre em História Social e graduado em História pela Universidade Federal Fluminense.

Referências

AGUIAR, A. A. de. A vida do marquês de Barbacena. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1896.

ALDEN, Dauril. El Colonial. In: BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina. Vol. 3: Da Independência a 1870. Barcelona: Crítica, 1990.

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Formação da Diplomacia Econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império. São Paulo: Ed. SENAC, 2001.

ARRUDA, José Jobson de A. Uma colônia entre dois impérios: a abertura dos portos brasileiros 1800-1808. Bauru, SP: EDUSC, 2008.

BARICKMAN, B. J. Um contraponto baiano: açúcar, fumo, mandioca e escravidão no Recôncavo, 1780-1860. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BATISTA JUNIOR, Paulo Nogueira. Política tarifária e evolução das exportações brasileiras na primeira metade do século XIX. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 34, n. 2, p. 203-239, abr.-jun. 1980.

BETHELL, L. A abolição do comércio brasileiro de escravos: a Grã-Bretanha, o Brasil e a questão do comércio de escravos, 1807-1869. Brasília: Senado Federal, 2002.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.

CALÓGERAS, João Pandiá. O marquês de Barbacena. Brasília: Ed. UnB, 1982.

CAPELA, J. Dicionário de negreiros em Moçambique. Porto: CEAUP, 2007.

CHAVES, Cláudia M. G. Caldeira Brant, um ministro da fazenda na encruzilhada do Império. [S. n. t.].

EISENBERG, P. L. Modernização sem mudança: a indústria açucareira em Pernambuco, 1840-1910. Rio de Janeiro; Campinas, SP: Paz e Terra; Unicamp, 1977.

FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Homens de grossa ventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Mercados e negociantes imperiais: um ensaio sobre a economia do império português (séculos XVII e XIX). História: Questões & Debates, Curitiba, n. 36, p. 99-127, 2002.

GUIMARÃES, Carlos Gabriel. O “comércio de carne humana” no Rio de Janeiro: o negócio do tráfico negreiro de João Rodrigues Pereira de Almeida e da firma Joaquim Pereira de Almeida & Co., 1808-1830 – primeiros esboços. In: RIBEIRO, Alexandre; GEBARA, Alex.; BITTENCOURT, Marcelo (Orgs.). África Passado e presente: II encontro de estudos africanos da UFF. [recurso eletrônico]. Niterói, RJ: PPGH-UFF, 2010.

LOBO, Eulália Maria L. Processo Administrativo Ibero-Americano. Aspectos da influência dos homens de negócios na política comercial Ibero-Americana – século XVII. 1963. Tese (Concurso de Cátedra de História da América) – Universidade do Estado da Guanabara, Rio de Janeiro, 1963.

MALERBA, Jurandir (Org.). A independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.

MARTINHO, L. M.; GORENSTEIN, Riva. Negociantes e caixeiros na sociedade da independência. Rio de Janeiro: SMCTE, 1993.

MATHIAS, Carlos Leonardo Kelmer. As múltiplas faces da escravidão: o espaço econômico do ouro e sua elite pluriocupacional na formação da sociedade mineira setecentista, c. 1711-c. 1756. Rio de Janeiro: Mauad X; FAPERJ, 2012.

MOTT, Maria Lúcia de Barros. Madame Durocher, modista e parteira. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 2, n. 3, p. 104-105, jan. 1994.

MUAZE, Mariana. As Memórias da Viscondessa: família e poder no Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

MUNARO, Luís Francisco. O jornalismo luso-brasileiro em Londres (1808-1822). 2013. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ), 2013.

NOVAIS, Fernando A. Portugal e o Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1981.

OTÁVIO FILHO, R. Figuras do Império e da República. Rio de Janeiro: Zelio Valverde, 1944.

PARRON, Tâmis. A política da escravidão no Império do Brasil (1826-1865). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

PEDREIRA, Jorge. O Brasil, fronteira de Portugal. Negócio, emigração e mobilidade social (séculos XVII e XVIII). In: CUNHA, Mafalda Soares da (Org.). Do Brasil à Metrópole efeitos sociais (séculos XVII-XVIII). Évora: Universidade de Évora, 2001.

PEDREIRA, Jorge. Tratos e contratos: actividades, interesses e orientações dos investimentos dos negociantes da praça de Lisboa (1755-1822). Análise Social, v. 31, p. 355-379, 1996.

PEIXOTO, Rafael Cupello. O marquês de Barbacena: política e sociedade no Brasil imperial (1796-1841). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2022.

PESAVENTO, Fábio. Redes Transimperiais no Comércio do Atlântico Sul: o exemplo dos ingleses lisboetas no Rio de Janeiro durante a segunda metade do século XVIII. Anais do [...]. Congresso Brasileiro de História Econômica, XIV; Conferência Internacional de História de Empresas, 15ª. Varginha, MG: ABPHE, 2021, p.1-22. Disponível em: https://www.abphe.org.br/arquivos/abphe2021-pesavento-redes-transimperiais-no-comercio-do-atlantico-sul.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.

REIS, João José. Recôncavo rebelde: revoltas escravas nos engenhos baianos. Afro-Ásia, n. 15, 1992.

RIBEIRO, A. V. A cidade de Salvador: estrutura econômica, comércio de escravos, grupo mercantil (c. 1750-1800). 2009. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

SISSON, S. A. Galeria dos brasileiros ilustres. Brasília: Senado Federal, 1999. 2 vols.

SUMMERHILL, W. R. Political Events and Sovereign Default Risk. Brazil, 1825-1889. [S. n. t.].

TAVARES, Luís Henrique Dias. O Capitalismo no comércio proibido de escravos. Revista do IEB, São Paulo, v. 28, p. 37-52, 1988.

Downloads

Publicado

2024-10-04

Como Citar

Cupello Peixoto, R. (2024). As redes “transimperiais” de um “homem de negócios”:: as estratégias de Felisberto Caldeira Brant para alcançar o centro político imperial brasileiro. Revista Maracanan, (36), 255–282. https://doi.org/10.12957/revmar.2024.82701