Mulheres jornalistas e as desigualdades de gênero – século XIX, Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2023.77622Palavras-chave:
Mulheres Jornalistas, Profissionalização, Desigualdade de GêneroResumo
O trabalho aborda a discussão sobre as desigualdades de gênero na progressão da profissão de jornalista, uma palavra substantiva que por muito tempo contemplou apenas o gênero masculino. A partir de algumas trajetórias de jornalistas, tais quais Joana Manso e Violante A. X. Bivar e Vellasco (Jornal das Senhoras), Júlia de Albuquerque Sandy Aguiar (Bello Sexo), Francisca Senhorinha da Mota Diniz (O Sexo Feminino), Amélia Carolina da Silva Couto (Echo das Damas), Josephina Álvares de Azevedo (A Família) e Corina Coaracy, buscamos interligar os pontos que levaram a uma evolução dentro da profissão. Analisaremos as estratégias e os caminhos percorridos por elas, junto as formas e as negociações travadas na busca pela legitimação de seus trabalhos. Essas mulheres, ao adentrarem gradualmente na imprensa, construíram uma consciência sobre suas aptidões profissionais para o exercício do trabalho em meados do século XIX no Brasil, aqui especialmente no Rio de Janeiro, e conseguiram com isso reivindicar a designação profissional dentro da categoria.
Referências
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