Formatação de uma Trilha Interpretativa como Instrumento de Educação Ambiental
DOI:
https://doi.org/10.12957/interag.2025.89551Resumo
Neste trabalho são apresentadas as etapas desenvolvidas para a criação de uma trilha interpretativa no Horto Florestal da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). O projeto teve início durante o período de isolamento social causado pela pandemia, através de reuniões virtuais de planejamento de uma estratégia de comunicação com o público pelas redes sociais. Foi criado um perfil e conteúdos educativos foram produzidos para despertar o interesse do público pela botânica e a curiosidade para conhecer o espaço. Paralelamente, foi realizado um estudo de campo, para a definição dos objetivos da trilha, do formato mais adequado, do nível de dificuldade, do tempo estimado para percorrer o trajeto, do público-alvo a ser alcançado, do método de visitação e da identificação dos pontos de interesse ao longo do percurso. Foi produzido um mapa informativo a partir do georreferenciamento das trilhas e dos pontos de atratividade definidos com base em alguns indicadores principais. A trilha que percorre o espaço possui cerca de 1.000 m de extensão, 1h e 30 min de duração, tem grau de dificuldade leve, enfoque voltado para a valorização das espécies arbóreas nativas da mata atlântica e foi criada para receber crianças, jovens e adultos com o objetivo de ampliar a percepção do ambiente, estimulando o conhecimento e o respeito pela biodiversidade.
Palavras-chave: Árvores nativas; Mata atlântica; Botânica.
Abstract
Formatting an Interpretive Trail as an Environmental Education Tool
This work presents the steps developed to create an interpretative trail in the Horto Florestal of the State University of Santa Cruz (UESC). The project began during the period of social isolation caused by the pandemic, through virtual meetings to plan a communication strategy with the public via social media. A profile was created and educational content was produced to awaken the public's interest in botany and curiosity to learn about the site. At the same time, a field study was carried out to define the objectives of the trail, the most appropriate format, the difficulty level, the time estimated to cover the route, the audience to be reached, the method of visitation and identification of points of interest along the route. An informative map was produced based on the georeferencing of the trails and attractive points defined based on some main indicators. The trail that runs through the space is approximately 1,000 m long, 1 hour and 30 minutes, has a mild level of difficulty, focuses on valuing tree species native to the Atlantic forest and was created to welcome children, young people and adults with the objective of expanding the perception of the environment, stimulating knowledge and respect for biodiversity.
Keywords: Native trees; Atlantic forest; Botany.
Downloads
Referências
BARBOSA, C.; SOUSA, J. P. Comunicação da ciência e redes sociais: um olhar sobre o uso do Facebook na divulgação científica. Cibercultura: circum-navegações em redes transculturais de conhecimento, arquivos e pensamento, Braga, p. 279-289, 2017.
BLENGINI, I. A. D. et al. Trilha interpretativa como proposta de educação ambiental: Um estudo na RPPN do Caju (SE). Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 142-161, 2019.
BRITO, J.; PAIVA, G. M. C. Avaliação da aplicabilidade da Educação Ambiental crítica nas principais trilhas da Serra de Aratanha em Pacatuba (CE). Revista Brasileira De Educação Ambiental, v. 15, n. 3, p. 18-35, 2020.
BUZATTO, L.; KUHNEN, C. F. C. Trilhas Interpretativas uma Prática para a Educação Ambiental. Vivências, Erechim, v. 16, p. 219-231, 2020.
CALVO-VARGAS, I. M. Importancia de los recursos interpretativos autoguiados, como promotores de la conservación de los recursos naturales. Movilidad Estudiantil, Cartago, n. 6, p. 35-46, 2019.
FEDERAÇÃO DE ESPORTES DE MONTANHA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Metodologia de Classificação de Trilhas. Rio de Janeiro: FEMERJ, 2015. Disponível em: https://feemerj.org/wp-content/uploads/FEMERJ-STM-2015-01-metodologia-de-classificacao-de-trilhas.pdf. Acesso em: 19 jan. 2025.
GARCIA, F. O.; NEIMAN, Z.; PRADO, B. H. S. Planejamento de uma Trilha Interpretativa na Estação Ecológica de Angatuba. Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 323-344, 2011.
GUILLAUMON, J. R.; POLL, E.; SINGY, J. M. 1977. Análise das Trilhas de Interpretação. Boletim Técnico do Instituto Florestal, São Paulo, v. 25, 1977.
HEMMING, V. et al. An introduction to decision science for conservation. Conservation Biology, [s. l.], v. 36, n. 1, e13868, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1111/cobi.
13868. Acesso em: 10 jan. 2025.
IKEMOTO, S. M.; MORAES, M. G. de; COSTA, V. C. Avaliação do potencial interpretativo da trilha do Jequitibá, Parque Estadual dos Três Picos, Rio de Janeiro. Sociedade & Natureza, Uberlândia, v. 21, p. 271-287, 2009.
MAGRO, T. C.; FREIXÊDAS, V. M. Trilhas: como facilitar a seleção de pontos interpretativos. Circular Técnica IPEF, Piracicaba, n. 186, p. 4-10, 1998.
MARCUZZO, B. S. et al. Trilhas Interpretativas, uma ferramenta eficiente para a Educação Ambiental. Revista Educação Ambiental em Ação, [s. l.], n. 51, ano XIII, 2015.
MARTINI, A. M. Z. et al. A hot-point within a hot-spot: a high diversity site in Brazil’s Atlantic Forest. Biodiversity and Conservation, [s. l.], v. 16, n. 11, p. 3111-3128, 2007.
MILANO, M. Z. et al. Planejamento e Implantação de uma Trilha Interpretativa na Mata Atlântica para atividades de educação ambiental no Instituto Federal Catarinense - Campus Rio do Sul. Extensão Tecnológica, Blumenau, n. 11, p. 43-52, 2019.
MOURA CARVALHO, I. C. de. Em direção ao mundo da vida: interdisciplinaridade e educação ambiental. Brasília, DF: Ipê, 1998.
NAGASAWA, D. et al. Educação ambiental e botânica no ensino médio: estudo de arbustos e árvores do pátio da escola. Humanidade & Inovação, [s. l.], v. 7, n. 5, p. 358-370, 2020.
NAVAS, A. L. G. P. et al. Divulgação científica como forma de compartilhar conhecimento. CoDAS, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 1-3, 2020.
NEVES, A.; BÜNDCHEN, M.; LISBOA, C. P. Cegueira botânica: é possível superá-la a partir da Educação? Ciência & Educação, Bauru, v. 25, p. 745-762, 2019.
PORTUGAL, S.; SORRENTINO, M. A educación ambiental no Brasil: diferentes perspectivas e boas prácticas ambientalmente sustentable. Revista Científica Galego-lusófona de Educación Ambiental, [s. l.], v. 27, n. 1, p. 79-86, 2020.
SAMBUICHI, R. H. R. et al. Cabruca agroforests in southern Bahia, Brazil: tree component, management practices and tree species conservation. Biodiversity and Conservation, v. 21, p. 1055-1077, 2012.
SAMBUICHI, R. H. R.; MIELKE, M. S.; PEREIRA, C. E. (ed.). Nossas Árvores: conservação, uso e manejo de árvores nativas do sul da Bahia. Ilhéus: Editus, 2009.
SANTOS, S. A. M. dos; QUEIROZ, S. L. (org.). Trilha da Natureza da UFSCar: Roteiro Didático 1. São Carlos: Centro de Divulgação Científica e Cultural, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.11606/9786599310409. Acesso em: 10 jan. 2025.
THOMAS, W. W. et al. Lista preliminar das espécies de angiospermas endêmicas do sul da Bahia e norte do Espírito Santo, Brasil (Preliminary list of locally endemic plants of southern Bahia and northern Espírito Santo, Brazil). In: PRADO, P. I. et al. (org.). Corredor de Biodiversidade da Mata Atlântica do Sul da Bahia. Ilhéus: IESB, 2003.
WANDERSEE, J. H.; SCHUSSLER, E. E. Preventing plant blindness. The American Biology Teacher, Oakland, v. 61, n. 2, p. 284-286, 1999.
WHITING, A.; WILLIAMS, D. L. Why people use social media: a uses and gratifications approach. Qualitative Market Research: An International Journal, [s. l.], v. 16, n. 4, p. 362-369, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1108/qmr-06-2013-0041. Acesso em: 10 jan. 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

Todo o conteúdo da Revista Interagir está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.