História do esoterismo: da genealogia de um conceito à construção de um campo disciplinar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2025.86979

Palavras-chave:

História do esoterismo, História das ideias, Sociologia do conhecimento

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar o conceito polissêmico de “esoterismo”, não com o enfoque de encontrar uma definição apriorística para tal, e sim de elucidar como a forma de operacionalização desse conceito por diversos intelectuais são capazes de construir tanto diversas perspectivas de análise, como também diferentes projetos e formulações institucionais dentro do campo disciplinar da história do esoterismo. Nesse sentido, estarão em exame as abordagens de Frances Yates, Antoine Faivre, Wounter Hanegraaff, as críticas contemporâneas a essa constelação de autores, bem como suas filiações intelectuais e institucionais. Assim, tendo como pressuposto a genealogia do esoterismo, objetiva-se capturar a perambulação de um conceito, ou seja, sua dinâmica de sobrevivência e reinvenção em termos históricos e sociológicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Augusto Waga, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutor em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil

Pesquisador de pós-doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil

Referências

ASPREM, Egil; GRANHOLM, Kennet (2013). Constructing esotericisms: sociological, historical and critical approaches to the invention of tradition. In: ASPREM, Egil; GRANHOLM, Kennet (eds.). Contemporary esotericism. Sheffield/Bristol: Equinox.

BUBELLO, Juan P. (2010). Historia del esoterismo en la Argentina: prácticas, representaciones y persecuciones de curanderos, espiritistas, astrólogos y otros esoteristas. Buenos Aires: Editorial Biblos.

BUBELLO, Juan P. (2017). Difusión del esoterismo europeo-occidental en el nuevo continente (siglos XVI-XX). In: BUBELLO, Juan P.; CHAVES, José R. & MENDONÇA JR., Francisco. (Org.). Estudios sobre la história del esoterismo occidental en América Latina. Buenos Aires: Universidad de Buenos Aires.

CAMPBELL, Colin (2002). The cult, the cultic milieu and secularization. In: KAPLAN, J.; LÖÖW, H. (eds.). Cult, Anti-Cult and the Cultic Milieu: A Re-Examination. Pennsylvania: Altamira Press.

FAIVRE, Antoine (1992). L’ésotérisme. Paris: PressesUniversitaires de France.

FOUCAULT, Michel (2002). As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes.

FOUCAULT, Michel (2003). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal.

FOUCAULT, Michel (2004). Hermenêutica do sujeito. São Paulo: Martins Fontes.

FOUCAULT, Michel (2014). A ordem do discurso. São Paulo: Loyola.

GRANHOLM, Kennet (2014). Dark Enlightenment: the historical, sociological and discursive contexts of contemporary esoteric magic. Leiden/Boston: Brill.

HAKL, Hans T. (2014). Eranos: An Alternative Intellectual History of the Twentieth Century. London/New York: Routledge.

HANEGRAAFF, Wounter (2007). The trouble with images: anti-image polemics and Western esotericism. In: HAMMER, Olav; STUCKRAD, Kocku v. (eds.). Polemical encounters: esoteric discourse and its others. Leiden/Boston: Brill.

HANEGRAAFF, Wounter (2012). Esotericism and the academy: rejected knowledge in Western Culture. Cambridge: Cambridge University Press.

HANEGRAAFF, Wounter (2019). Rejected knowledge... So you mean that esotericists are the losers of history? In: HANEGRAAFF, Wounter et al. (eds.). Hermes Explains: thirty questions about Western Esotericism. Amsterdam: Amsterdam University Press.

HANEGRAAFF, Wounter; VAN DEN BROEK, Roelf. (eds.) (1998). Gnosis and hermeticism from Antiquity to modern times. New York: State University of New York Press.

HEDENBORG WHITE, Manon (2021). Double Toil and Gender Trouble? Performativity and Femininity in the Cauldron of Esotericism Research. In: ASPREM, Egil & STRUBE, Julian (eds.). New Approaches to the Study of Esotericism. Leiden/Boston: Brill.

MCINTOSH, Christopher (1972). Eliphas Lévi and the French occult revival. New York: Samuel Weiser.

MIGNOLO, Walter (2003). Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: UFMG.

PANOFSKY, Erwin (1976). Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva.

PASI, Marco (2013). The problems of rejected knowledge: thoughts on Wouter Hanegraaff’s Esotericism and the Academy. Religion, v. 43, n. 2, p. 201–212.

PASI, Marco (2016). Esotericism Emergent: The Beginning of the Study of Esotericism in the Academy. In: DECONICK, A. D. (Org.). Secret religion.

Farmington Hills: Macmillan, p. 143-154.

SELL, Carlos E.& BRÜSECKE, Franz J. (2006). Mística e sociedade. Itajaí/São Paulo: Univali/Paulinas, 2006.

SIMMEL, Georg (2009). A sociologia do segredo e das sociedades secretas. Revista de Ciências Humanas, EDUFSC, v. 43, n. 01, p. 219-242.

STAUDENMAIER, Peter (2014). Between occultism and Nazism: Anthroposophy and the politics of race in the fascist era. Leiden/Boston: Brill.

STRUBE, Julian (2022). Theosophy, Race, and the Study of Esotericism. Journal of the American Academy of Religion, v. 89, Issue 4, p. 1180–1189.

STUCKRAD, Kocku. (2010). Locations of knowledge in Medieval and Early modern Europe: esoteric discourse and Western identities. Leiden/Boston: Brill.

TIRYAKIAN, Edward (1972). Towards the sociology of esoteric culture. American Journal of Sociology, v. 78, n. 03.

TROELTSCH, Ernst (1951). El protestantismo y el mundo moderno. México: Fondo de Cultura Económica.

TRUZZI, Marcelo (1974). Definition and Dimensions of the Occult: Towards a Sociological Perspective. In: TIRYAKIAN, Edward. (ed.). On the Margin of the Visible: Sociology, the Esoteric, and the Occult. New York: John Wiley & Sons.

VAN DIJCK, Jan (2009). Preface. In: HANEGRAAFF, Wounter; PIJNENBURG, Joseph (eds.). Hermes in the academy: ten years’ study of Western esotericism at the University of Amsterdam. Amsterdam: Amsterdam University Press.

VAN DEN BROEK, Roelf (1998). Gnosticism and Hermetism in Antiquity: Two Roads to Salvation. In: HANEGRAAF, Wounter & VAN DEN BROEK, Roelf. Gnosis and Hermeticism from Antiquity to Modern Times. New York: State University of New York Press.

VILLALBA, Mariano (2021). The Occult Among the Aborigines of South America? Some Remarks on Race, Coloniality, and the Westin the Study of Esotericism In: ASPREM, Egil & STRUBE, Julian (eds.). New Approaches to the Study of Esotericism. Leiden/Boston: Brill.

WAGA, Augusto (2024). Futuros imaginados: uma sociologia do conhecimento das cartas de jogar e do tarô à cartomancia. Tese (Doutorado em Sociologia) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.

WARBURG, Aby (2015). Histórias de fantasma para gente grande: escritos, esboços e conferências. São Paulo: Companhia das Letras.

WARBURG, Aby (2018). A presença do antigo. São Paulo: Unicamp.

WEBER, Max (1999). Sociología de la religión. Buenos Aires: Aleph.

YATES, Frances (1964). Giordano Bruno e a tradição hermética. São Paulo: Círculo do Livro.

Downloads

Publicado

2025-01-13

Como Citar

WAGA, Augusto. História do esoterismo: da genealogia de um conceito à construção de um campo disciplinar. Intellèctus, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 227–252, 2025. DOI: 10.12957/intellectus.2025.86979. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/intellectus/article/view/86979. Acesso em: 22 maio. 2025.