O Cocar e a Caneta: A luta intelectual indígena no Brasil dos militares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2024.84494

Palavras-chave:

Intelectuais indígenas, Ditadura militar, Resistência cultural, Políticas públicas

Resumo

Este artigo analisa o papel dos intelectuais indígenas na resistência ao regime militar brasileiro e na construção do movimento indígena pós-ditadura. Destaca-se como eles utilizaram sua produção intelectual e ativismo para desafiar políticas repressivas, preservar culturas indígenas e lutar pela autodeterminação. O estudo examina a formação de movimentos de resistência, a influência na formulação de políticas públicas e o impacto na academia. Através de uma abordagem qualitativa, baseada em revisão de literatura e análise documental, o artigo explora as contribuições de líderes como Ailton Krenak, Davi Kopenawa e Sônia Guajajara. Conclui-se que os intelectuais indígenas deixaram um legado duradouro, promovendo um diálogo intercultural, desafiando estruturas de poder estabelecidas e contribuindo para a construção de uma sociedade menos desigual e mais inclusiva, com impactos que se estendem até o período pós-ditadura.

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Biografia do Autor

Luís Gustavo Guerreiro Moreira, Universidade Estadual do Ceará - UECE

Doutor em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), especialista em Indigenismo na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), pesquisador do Observatório das Nacionalidades, pesquisador filiado à Associação Brasileira de Estudos da Defesa (ABED) e diretor de pesquisa do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz)

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Publicado

2024-11-25

Como Citar

GUERREIRO MOREIRA, Luís Gustavo. O Cocar e a Caneta: A luta intelectual indígena no Brasil dos militares. Intellèctus, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 34–61, 2024. DOI: 10.12957/intellectus.2024.84494. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/intellectus/article/view/84494. Acesso em: 4 jun. 2025.