Conveniência da moralidade: fidelidades, adultérios e famílias (Belém, 1916-1940)
DOI:
https://doi.org/10.12957/intellectus.2025.90629Palavras-chave:
Casamento, Família, MoralidadeResumo
O artigo investiga as moralidades desejadas e as possíveis de serem “cumpridas” no seio do casamento e no da família na cidade de Belém das décadas iniciais do século XX. Assim, compreender como as pessoas pensavam as temáticas conúbio, constituição familiar e ruptura a dois são as bases destas reflexões. Destarte ficou-se atento à lógica de que se o casamento se mostrou, para alguns, essencial e
importante, por significar proteção e refúgio; para outros a sua ruptura e mesmo a não celebração do ato apresentaram-se caminhos viáveis. Diante disso, procurei
intercruzar conjunto documental dito viável à fundamentação proposta, a saber: quatro autos contenciosos de desquite, de onde analisei cartas a eles anexas, três jornais (A Palavra, A Semana e O Estado do Pará), um jurista (Clovis Bevilaqua) e o Código Civil de 1916.
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Referências
Fontes
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