Da gênese simbólica do patriarcado às desigualdades de gênero contemporâneas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2025.88340

Palavras-chave:

Patriarcado, Subjetivação, Epistemologias feministas, Religião, Cartografia

Resumo

Este ensaio compõe uma das entradas conceituais da pesquisa doutoral “O caminho das mulheres: cartografias da (r)existência”, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da UFMT. Ancorado em epistemologias feministas, metodologias cartográficas e práticas autoetnográficas, propõe uma leitura genealógica da construção simbólica do patriarcado e sua incidência sobre as normas de gênero. A análise articula estudos culturais e antropológicos — Geertz, Boas, Turner, Bourdieu e Lévi-Strauss — à crítica de Foucault, em diálogo com Beauvoir, Butler, Lerner, Federici e Stone, para tensionar os discursos que naturalizaram a subordinação feminina. Ao mobilizar um gesto de escrita implicada, desloca o olhar das grandes narrativas para os modos como essas estruturas simbólicas persistem nos cotidianos e corpos, alimentando desigualdades de gênero e apontando frestas de (r)existência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aline Velozo, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutoranda em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil.  Mestre em Educação pela mesma universidade. Professora Substituta do Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação do IE/UFMT e Docente do Ensino Superior na Unicesumar.

Referências

ARMSTRONG, Karen (1993). A history of God: the 4000-year quest of Judaism, Christianity, and Islam. New York: Ballantine Books.

BEAUVOIR, Simone de (1970 [1949]). O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

BOAS, Franz (1932). Anthropology and Modern Life. New York: W. W. Norton & Company.

BOTTÉRO, Jean (1995). A Mesopotâmia: a invenção da cidade. Tradução de Jacyntho Lins Brandão. São Paulo: Martins Fontes.

BOURDIEU, Pierre (1998). A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

BURKERT, Walter (1985). Greek Religion. Cambridge: Harvard University Press.

BUTLER, Judith (1990). Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity. New York: Routledge.

ELLER, Cynthia (2000). The Myth of Matriarchal Prehistory: Why an Invented Past Won’t Give Women a Future. Boston: Beacon Press.

ENGELS, Friedrich (2017 [1884]). A origem da família, da propriedade privada e do Estado. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular.

FARIA, Daniela A. B.; AVELAR, Alexandre S. (2014). Educação, mulheres, gênero e violência. In: Educação, mulheres, gênero e violência. Belo Horizonte: Autêntica, pp. 25–42.

FEDERICI, Silvia (2004). Caliban and the Witch: Women, the Body and Primitive Accumulation. Brooklyn, NY: Autonomedia.

FEDERICI, Silvia (2017 [2004]). Caliban and the Witch. New York: Autonomedia.

FEDERICI, Silvia (2004). O caldeirão e a cruz: feitiçaria e as lutas camponesas. São Paulo: Elefante.

FOUCAULT, Michel (1976). História da sexualidade I: A vontade de saber. São Paulo: Edições Graal.

FOUCAULT, Michel (1979). Vigiar e Punir: História da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes.

FOUCAULT, Michel (1996 [1970]). A ordem do discurso. 6. ed. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola.

GEERTZ, Clifford (1973). The Interpretation of Cultures. New York: Basic Books.

GEERTZ, Clifford (1989 [1973]). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora.

GIMBUTAS, Marija (1991). The Civilization of the Goddess: The World of Old Europe. San Francisco: Harper.

GRAMSCI, Antonio (1971). Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

LAGARDE, Marcela (2001). Claves feministas para la autoestima de las mujeres. Madrid: Horas y HORAS la Editorial.

LEICK, Gwendolyn (ed.) (2003). The Babylonian World. New York; Oxford: Routledge.

LERNER, Gerda (1986 [1986]). A criação do patriarcado. Tradução de Beth Chediak. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.

LÉVI-STRAUSS, Claude (1963). Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.

LÉVI-STRAUSS, Claude (1976). Mythologiques. Paris: Plon.

POMEROY, Sarah B. (1995 [1975]). Deusas, prostitutas, esposas e escravas: mulheres na Antiguidade clássica. Tradução de Maria Beatriz de Medina. Rio de Janeiro: Imago.

SAINI, Angela (2017). Inferior: How Science Got Women Wrong – and the New Research That’s Rewriting the Story. Boston: Beacon Press.

SCOTT, Joan W. (1990). Gender and the Politics of History. New York: Columbia University Press.

STONE, Merlin (1976). When God Was a Woman. New York: Harcourt Brace Jovanovich.

TURNER, Victor (1967). The Forest of Symbols: Aspects of Ndembu Ritual. Ithaca: Cornell University Press.

WOODHEAD, Linda (2007). Gender differences in religious practice and significance. In: BECKFORD, James; DEMERATH III, N. J. (org.). The SAGE Handbook of the Sociology of Religion. Los Angeles: SAGE Publications, pp. 566–586.

Downloads

Publicado

2025-07-10

Como Citar

VELOZO, Aline. Da gênese simbólica do patriarcado às desigualdades de gênero contemporâneas . Intellèctus, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 112–124, 2025. DOI: 10.12957/intellectus.2025.88340. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/intellectus/article/view/88340. Acesso em: 24 jul. 2025.