Coletivo Ação Zumbi - trilhando epistemologias outras:

movimento negro educador, filosofia ubuntu e o sentipensamento para uma educação antirracista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2024.81697

Palavras-chave:

Educação Antirracista, Coletivo Ação Zumbi, Ubuntu, Movimento Negro

Resumo

Mais do que simplesmente cumprir as legislações 10.639/03 e 11.645/08, uma educação antirracista exige modificar as epistemologias e metodologias, repensando nossa visão de educação, sociedade e sistema mundo. Nesse sentido, esse artigo deseja contribuir na construção de uma proposta de educação que esteja aberta a escuta e aprendizado com o movimento negro, valorizando epistemologias como a filosofia ubuntu e o sentipensamento.  Na busca por uma experiência de educação antirracista, escolhemos pesquisar sobre e com o Coletivo Ação Zumbi, um coletivo negro, criado em 2003 que atua principalmente nas cidades catarinenses de Florianópolis e São José, onde foi precursor na promoção da igualdade racial através da arte, na valorização da cultura africana e afro-brasileira, revelando memórias contra-hegemônicas de origens afro-brasileiras, reencontrando e recontando a história do Brasil e de Santa Catarina.

Biografia do Autor

Janaína Amorim da Silva, Universidade Federal de Santa Catarina

Professora de História da Educação Básica da Rede Municipal de São José - SC, doutoranda no Programa de Educação da UFSC.

Elison Antônio Paim, Universidade Federal de Santa Catarina

Pós Doutor pelo programa de Ensino de História de África pelo Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla- Angola.

Professor  Permanente nos Programas de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e Mestrado Profissional em Ensino de História (PROFHISTÓRIA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq - PQ2.

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Publicado

2024-05-21

Como Citar

da Silva, J. A., & Antônio Paim, E. (2024). Coletivo Ação Zumbi - trilhando epistemologias outras: : movimento negro educador, filosofia ubuntu e o sentipensamento para uma educação antirracista. Intellèctus, 23(1), 258–283. https://doi.org/10.12957/intellectus.2024.81697