Formação inicial docente e a prática pedagógica no estágio supervisionado: da marafunda euro-colonialista à ginga afrodiaspórica em resistência
DOI:
https://doi.org/10.12957/intellectus.2021.57779Palavras-chave:
Formação docente, Decolonialismo, Saberes afrodiaspóricos, Episteme euro-colonialista, Estágio Supervisionado.Resumo
O presente artigo materializa a reflexão sobre o processo formativo docente de licenciandos na fase de estágio supervisionado, bem como, discentes bolsistas da CAPES no PIBID, em contato com o discurso colonialista existente nos currículos e livros didáticos e seu contraponto às Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. As atividades ocorreram no Colégio Estadual Antônio Prado Júnior (CEAPJ) – em contexto pandêmico de Covid-19, logo processos de ensino-aprendizagem virtualizados. Nosso objetivo foi partir dos discursos decoloniais e afrodiaspóricos, ancorados em saberes advindos dos provérbios africanos e do pensamento freiriano, propondo aos licenciandos um olhar autocrítico sobre suas formações e a permanência de discursos euro-colonialistas. A metodologia utilizada para atingir o objetivo articulou a escuta do Outro e a práxis embrionária de ruptura com a marafunda epistemológica colonialista. Para alicerçar este caminho de reflexão foram utilizados os conhecimentos geográficos e históricos analisando o currículo proposto pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ) e os livros didáticos enviados à escola pelo PNLD, a partir da temática do Egito antigo.
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