Por uma história decolonial: a atuação das populações afrodescendentes em ambientes socioculturais de Porto Alegre (1872–1971)
DOI:
https://doi.org/10.12957/intellectus.2021.56821Palavras-chave:
Afrodescendentes, Decolonialidade, Grupo palmaresResumo
Este artigo tem como objetivo destacar a presença de afrodescendentes em espaços culturais e sociais da cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, entre os anos de 1872 e 1971. Esse período, que vai desde a fundação da Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872) até a criação do Grupo Palmares em Porto Alegre (1971), um coletivo que propôs o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Em 2021, essa data, proposta como referência simbólica, completa 50 anos desde sua primeira evocação. Portanto, nesta proposta, questiona-se se os representantes negros presentes nos espaços socioculturais de Porto Alegre resistiram à colonialidade e, em caso afirmativo, quais seriam suas proposições de ação para afirmar sua identidade e sua cultura. Por meio de bibliografia pertinente e de entrevista temática (ALBERTI, 2005) com um dos fundadores do Grupo Palmares, será analisada a atuação de sujeitos afrodescendentes no âmbito sociocultural da cidade.
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