Perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos notificados no Estado de Minas Gerais durante o período de 2010-2015

Autores

  • Patrick Leonardo Nogueira da Silva Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
  • Amanda de Andrade Costa Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – SRSMoc Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
  • Renata Fiúza Damasceno Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – SRSMoc Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
  • Ana Izabel de Oliveira Neta Faculdade Santo Agostinho
  • Isabelle Ramalho Ferreira Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
  • Adélia Dayane Guimarães Fonseca Faculdade Santo Agostinho - FASA

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2017.29816

Palavras-chave:

Animais venenosos, Picadas de escorpião, Mordeduras de serpentes, Sistemas de informação em saúde

Resumo

Os acidentes por animais peçonhentos constituem grave problema de saúde pública, sendo por isso, considerados agravos tropicais negligenciados que acometem, na maior parte dos casos, populações de classe baixa residentes em áreas rurais. Os principais responsáveis por estes acidentes são aracnídeos e ofídios. O presente manuscrito objetiva identificar o perfil epidemiológico dos acidentes causados por animais peçonhentos notificados no Estado de Minas Gerais. Trata-se de estudo descritivo, exploratório, transversal com abordagem quantitativa, realizado no banco de dados de acesso público do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A amostra foi composta por 146.508 acidentes registrados durante o período de 2010-2015. Houve prevalência no ano de 2014, durante o mês de janeiro. Observou-se predominância do sexo masculino, entre 20-39 anos, sem registro de escolaridade, pardos e não aplicabilidade da condição gestacional. O acidente escorpiônico apresentou maior número de notificação. Em 48,8% das vítimas, o tempo entre a picada e o atendimento foi inferior à uma hora. Quanto à classificação final e sua evolução, predominaram-se os acidentes leves e a cura, respectivamente. Portanto, os adultos jovens do sexo masculino apresentam maior vulnerabilidade aos acidentes, menor predisposição ao desenvolvimento sintomático e maior probabilidade de cura quando atendidos em tempo hábil. O escorpião apresenta-se como o principal vetor destes acidentes, bem como o principal causador de óbitos.

Biografia do Autor

Patrick Leonardo Nogueira da Silva, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

Enfermeiro especialista em Saúde da Família e Enfermagem do Trabalho, Mestrando em Saúde, Sociedade e Ambiente pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Professor da Escola Técnica de Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Montes Claros (MG), Brasil.

Amanda de Andrade Costa, Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – SRSMoc Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Enfermeira especialista em Políticas Públicas e Gestão de Saúde, Professora e Mestranda em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Servidora pública da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – SRSMoc, Montes Claros (MG), Brasil.

Renata Fiúza Damasceno, Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – SRSMoc Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Enfermeira especialista em Políticas Públicas e Gestão de Saúde, Professora Mestre em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Servidora pública da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – SRSMoc, Montes Claros (MG), Brasil.

Ana Izabel de Oliveira Neta, Faculdade Santo Agostinho

Enfermeira especialista em Saúde Coletiva, professora do curso de enfermagem da Faculdade Santo Agostinho/FASA, Montes Claros (MG), Brasil.

Isabelle Ramalho Ferreira, Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Acadêmica do curso de Odontologia pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Montes Claros (MG), Brasil.

Adélia Dayane Guimarães Fonseca, Faculdade Santo Agostinho - FASA

Enfermeira, Professora Mestre do curso de Enfermagem das Faculdades Santo Agostinho – FASA, Montes Claros (MG), Brasil.

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Publicado

16-01-2018

Como Citar

Silva, P. L. N. da, Costa, A. de A., Damasceno, R. F., Oliveira Neta, A. I. de, Ferreira, I. R., & Fonseca, A. D. G. (2018). Perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos notificados no Estado de Minas Gerais durante o período de 2010-2015. Revista Sustinere, 5(2), 199–217. https://doi.org/10.12957/sustinere.2017.29816