Desde Freire: cinquenta anos de Pedagogia do Oprimido e o feminismo no Brasil

Autores

  • Rita de Cássia Machado Universidade do estado do Amazonas/UEA
  • Conceição Paludo Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS
  • Amanda Motta Castro Universidade Federal do Rio Grande/FURG

DOI:

https://doi.org/10.12957/riae.2018.38026

Palavras-chave:

opressão, feminismo, libertação

Resumo


Esse artigo reúne uma síntese, de aspectos que as autoras já desenvolveram em outros textos, resultante de pesquisas, uma vez que ambas tem, ao longo dos anos, Paulo Freire como um referencial. Assim como traz resultados de estudos sobre as mulheres e seus movimentos, teóricos e práticos, de libertação, que foram ocorrendo através do processo histórico, tendo como recorte o Brasil. A perspectiva teórica adotada é a do materialismo histórico dialético, e o objetivo consiste em estabelecer relações entre a pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, e a luta de libertação das mulheres. Atuar de forma articulada e coerente, nesta frente, demonstra uma compreensão profunda de que um novo Projeto de Sociedade requer homens e mulheres libertos de qualquer tipo de exploração, dominação, discriminação e de violência. Participar desta luta é o que nos faz sermos mulheres em processo de libertação porque descentradas, abertas e construtoras das possibilidades de instituição de um projeto de futuro para o Brasil e para a humanidade

Biografia do Autor

Rita de Cássia Machado, Universidade do estado do Amazonas/UEA

Professora Adjunta na Universidade do Estado do Amazonas - UEA. Pós-Doutora pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Bolsista PNPD/CAPES. Doutora em Educação pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS na linha de pesquisa Trabalho, Movimentos Sociais e Educação. Onde foi professora substituta entre 2010-2012. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Metodologia do Ensino de Filosofia pela UNISINOS. É licenciada e Bacharel em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos- UNISINOS, Bacharel em Antropologia Social Latino Americana pela UNISINOS. Seus interesses de pesquisa atualmente compreende as problemáticas de Mulheres como: Trabalho, Movimentos Sociais Populares, Feminismos e Economia Feminista.

Conceição Paludo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS

Possui graduação em Pedagogia, especialização em Educação Psicomotora e em Orientação Educacional, mestrado em Educação (1988) e doutorado em Educação (2000), ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é docente no curso de Licenciatura em Educação do Campo e pesquisadora na UFRGS, na Faculdade de Educação - Departamento de Estudos Básicos - e na Linha de Pesquisa Trabalho, Movimentos Sociais e Educação (TRAMSE). Atua no mestrado e doutorado. Tem trabalhado, ao longo dos anos, com processos formais ? em todos os níveis de ensino - e não formais de educação. Temas centrais trabalhados: Fundamentos da Educação; Educação Popular e Educação do Campo; Educação e Movimentos Sociais; Planejamento, Avaliação e Metodologia de Processos Formativos e Organizativos; Metodologia da Pesquisa em Educação.

Amanda Motta Castro, Universidade Federal do Rio Grande/FURG

Professora do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/FURG e docente do Departamento de Educação da mesma instituição. Doutora pelo programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos/UNISINOS; foi bolsista CAPES durante (2009-2015). É mestra em Educação (2011); Licenciada em Pedagogia (2000) e graduanda em Filosofia (2018). Realizou Estágio de doutoramento na Universidad Autonoma Metropolitana del México - UAM, no departamento de Antropologia. Com o olhar na América Latina tem‐se ocupado com os seguintes temas de pesquisa: Feminismo, Educação Popular e processos de exclusão social

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Publicado

30-10-2018

Como Citar

MACHADO, Rita de Cássia; PALUDO, Conceição; CASTRO, Amanda Motta. Desde Freire: cinquenta anos de Pedagogia do Oprimido e o feminismo no Brasil. Revista Interinstitucional Artes de Educar, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 243, 2018. DOI: 10.12957/riae.2018.38026. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/riae/article/view/38026. Acesso em: 28 mar. 2024.