"EntreColetivos": Arte, Cidade e Política como Estratégia de Enfrentamento à Necropolítica Genderizada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2022.71765

Palavras-chave:

resistência, coletivos LGBTQAIP , necropolítica

Resumo

Este manuscrito tem como objetivo analisar de que modo coletivos juvenis LGBTQIAP+ têm produzido formas de re-existir a violências induzidas pelas expressões da necropolítica genderizada em Fortaleza. Ao longo do artigo, tomamos a necropolítica genderizada como uma ferramenta operacional da racionalidade neoliberal, que tem visado, dentre outras coisas, exaurir existências posicionadas como "outras" do padrão branco cis-hétero-patriarcal burguês, a exemplo de juventudes periféricas LGBTQIAP+. Elegemos a cartografia como ethos da pesquisa-inter(in)venção, a partir da qual fomentamos e compomos a rede "EntreColetivos". As análises foram feitas a partir de diários de campo sobre os encontros com essa rede de coletivos juvenis. As cenas trazidas apontam o dispositivo-arte como estratégia de enfrentamento à necropolítica genderizada, que assola desigualmente determinadas populações. As movimentações artísticas do "EntreColetivos" buscaram tornar a cidade circulável para juventudes negras e LGBTQIAP+, segmentos aos quais os espaços urbanos têm sido historicamente negados. Desse modo, observamos que a luta pela sobrevivência e pela re-existência nas margens não se encapsula em pautas identitárias. O "EntreColetivos" mostrou-se como uma rede de cuidado e luta, fazendo da arte e da ocupação da cidade um ato político de re-existência.

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Publicado

15-12-2022

Como Citar

Silva, D. B. da, Barros, J. P. P., Nunes, L. F., & Benicio, L. F. de S. (2022). "EntreColetivos": Arte, Cidade e Política como Estratégia de Enfrentamento à Necropolítica Genderizada. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 22(4), 1622–1642. https://doi.org/10.12957/epp.2022.71765

Edição

Seção

Dossiê Psicologia, Política e Sexualidades: crises, antagonismos e agências