Ser Mulher Negra: Existência e Resistência nos Contos de Conceição Evaristo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2022.68633

Palavras-chave:

vulnerabilidade, violência, resistência, mulheres negras

Resumo

O presente artigo pretende discutir, a partir do livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres, de Conceição Evaristo (2016), os modos de existência e as brechas de resistência que se mostram possíveis na vida das personagens protagonistas dos contos: Isaltina Campo Belo, Shirley Paixão, Lia Gabriel e Maria do Rosário Imaculada dos Santos. A escolha desses contos pautou-se na identificação das encenações em que as vozes narrativas das mulheres protagonistas relatam as experiências e os enfrentamentos de diversas formas de violências em contextos de vulnerabilidade. Percorrendo os exercícios de escrevivência realizados por Evaristo, que nos permitem acesso a experiências reais ficcionalizadas das mulheres pobres, negras e periféricas silenciadas no cotidiano brasileiro, discute-se os modos de ser dessas mulheres diante das condições de vulnerabilidade e exposição à violência. Além disso, compreende-se que tais modos de subjetivação não se referem somente à sujeição e ao silenciamento, mas também dizem respeito a práticas de liberdade e movimentos de resistência. Sendo assim, as narrativas, ao mesmo tempo em que denunciam a vulnerabilidade dessas mulheres, também as distanciam da estigmatização dessas existências, afirmando a singularidade da vida e os enfrentamentos diante das situações de violência.

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Publicado

30-06-2022

Como Citar

Costa, S. A. da, & Hillesheim, B. (2022). Ser Mulher Negra: Existência e Resistência nos Contos de Conceição Evaristo. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 22(2), 505–522. https://doi.org/10.12957/epp.2022.68633

Edição

Seção

Psicologia Social