Delirar a Realidade: Por uma Escrita Antimanicomial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2021.61062

Palavras-chave:

loucura, literatura, hospício, resistência

Resumo

Visitando textos de Antonin Artaud, Lima Barreto, Maura Lopes Cançado e Rodrigo de Souza Leão acerca da internação psiquiátrica, este artigo aborda as relações entre corpo, escrita e política em torno da lógica manicomial e suas dissidências. Com o objetivo de propor, com os loucos, possíveis táticas de resistência ao julgamento psiquiátrico, a metodologia de pesquisa utilizada é a cartografia psicossocial, acoplada a uma análise das relações de poder. Começamos investigando as transformações históricas na separação discursiva entre razão e loucura, e de que modo elas incidiram no campo literário. Passamos, em seguida, por como o hospício cria, com a disciplina e sua prática de escrita, relações hierarquizantes e homogeneizantes que têm como efeito a individualização do corpo. Ao final, elaboramos como a linguagem poética e a criação ficcional podem funcionar, aliadas ao papel coletivo e revolucionário da literatura, como potentes estratégias antimanicomiais de resistência num convite para repensarmos nossas produções escritas.

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Publicado

15-07-2021

Como Citar

Tavares, A. D. M., Melicio, T. B. L., Wendling, M. M., & Tsallis, A. C. (2021). Delirar a Realidade: Por uma Escrita Antimanicomial. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 21(2), 653–673. https://doi.org/10.12957/epp.2021.61062

Edição

Seção

Psicologia Clínica e Psicanálise