Política e Conflito Psíquico: Uma Pergunta sobre o Desejo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2021.59388

Palavras-chave:

política, conflito psíquico, desejo, neurose

Resumo

Neste artigo, será introduzido o debate acerca da condição do sujeito estruturalmente dividido enquanto ator político. Pensando a política pelo prisma da ação, encontramo-nos com a pergunta kantiana: "Que devo fazer?". Diante dela, o sujeito desejante se vê embaraçado, tanto mais quanto maior for sua liberdade para decidir. A tentativa kantiana de instituir uma Lei universal como princípio ético da ação desvia a orientação da política do caminho da liberdade e entrega o seu destino aos ditames do Supereu. As consequências desse desvio se verificam em diferentes sistemas políticos e ratificam a afirmação de Lacan, segundo a qual a pergunta pelo que fazer não pode ser feita senão por aquele cujo desejo que se apaga. Se a pergunta acerca do que fazer continua ressoando para os sujeitos enquanto agentes políticos, o modo como decidem exibe, no conflito, a marca imposta pelo seu desejo. A psicanálise, de Freud a Lacan, vem ao auxílio dessa investigação, no diálogo com a filosofia moderna e a ciência política. Resta a pergunta se, diante do conflito, que testemunha a divisão do sujeito, o desejo, poderia ser, ele mesmo, o fio condutor da ação.

Downloads

Publicado

26-04-2021

Como Citar

Jordão, G. P., & Duarte, M. T. (2021). Política e Conflito Psíquico: Uma Pergunta sobre o Desejo. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 21(1), 316–336. https://doi.org/10.12957/epp.2021.59388

Edição

Seção

Psicologia Clínica e Psicanálise