Uma Análise Crítica Sobre Amor e Cuidado em Binswanger e Heidegger
DOI:
https://doi.org/10.12957/epp.2020.56656Palavras-chave:
Martin Heidegger, Ludwig Binswanger, daseinsanálise, amor, cuidadoResumo
O presente artigo tem como objetivo refletir, por meio de um estudo teórico, acerca do existencial cuidado (Sorge) no pensamento de Martin Heidegger e amor (Liebe) em Ludwig Binswanger. O texto retoma os principais aspectos da forma como ambos compreendem a noção de cuidado e amor, desdobrando criticamente o impasse gerado a partir daí. Demonstra-se que o cerne da querela se dá no modo como Binswanger compreende e interpreta o ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) heideggeriano, ligando-o à noção de ser-para-além-do-mundo (Über-die-Welt-hinaus-sein). O psiquiatra suíço procede desse modo na medida em que julga ter identificado um limite e uma carência do elemento eternidade no modo como Heidegger desenvolve sua ontologia fundamental. Com tal apontamento, Binswanger elege a tonalidade do amor como fundamento de toda relação, que faz dessa experiência de infinito sua forma de ser. No bojo de tal apontamento se encontra o desenvolvimento da Daseinsanálise como o desdobramento – a princípio psiquiátrico – de uma relação clínica pautada pelo amor como meio do acesso fundamental ao outro e como elemento que promove a cura. O artigo conclui que tal indicação binswangeriana recai sutilmente em elementos instrumentais e produtivistas, uma vez que Binswanger reproduz elementos da técnica justamente lá onde tais elementos deveriam permanecer inoperantes.Publicado
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