O Estado jurisdicional como operador da exceção interpretativa soberana / The jurisdictional State as the operator of sovereign interpretative exception

Autores

  • Andityas Soares de Moura Costa Matos Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
  • Danton Grossi Gangana Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

DOI:

https://doi.org/10.12957/rqi.2020.42749

Palavras-chave:

interpretativismo-jurídico, estado de exceção, neoconstitucionalismo, proporcionalidade, poder judiciário

Resumo

O presente artigo é uma análise de como o Poder Jurídico atua como um operador do estado de exceção, conforme definido por Giorgio Agamben, principalmente através da tradição interpretativista, que novamente assume certo protagonismo com o neoconstitucionalismo. O trabalho objetiva evidenciar como a interpretação suspende o ordenamento jurídico e produz normas no vazio anômico. Diante da multiplicidade de autores se delimita a análise sobre a técnica de ponderação e proporcionalidade de Robert Alexy, principalmente pela importância que sua teoria assumiu. A metodologia consistiu em uma prévia revisão bibliográfica dos marcos teóricos: Agamben, Alexy, Amado e Schmitt, sendo posteriormente base de análise aos votos proferidos pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal em duas importantes decisões recentes, “Habeas Corpus 126.292” e “Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 26”. Através dessa análise evidenciou-se como o Poder Judiciário, por meio da interpretação jurídica assume a função de operador do estado de exceção declarando a suspensão parcial ou total do ordenamento jurídico e produzindo normas exceptivas nesse campo anômico. O trabalho contribui com as críticas realizadas às técnicas interpretativista, demonstrando a potência antidemocrática própria desta, também apresenta uma relação entre estado de exceção e interpretativismo jurídico que pode ser aprofundado e aplicado em outros trabalhos.

 

Biografia do Autor

Andityas Soares de Moura Costa Matos, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Graduado, Mestre e Doutor pela Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG e Pós-Doutor em Filosofia do Direito pela Universitat de Barcelona (Catalunya), com bolsa da CAPES. Doutor em Filosofia pela Universidade de Coimbra. Professor Associado de Filosofia do Direito e disciplinas afins na Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG. Professor Visitante na Facultat de Dret de la Universitat de Barcelona entre 2015 e 2016. Professor Residente no Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares – IEAT/UFMG entre 2017 e 2018. 

Danton Grossi Gangana, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Mestre pelo programa de Pós-Graduação da Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG, com fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, área de concentração: Filosofia do Poder e Pensamento Radical. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisa estado de exceção e filosofia política no grupo de pesquisa “o estado de exceção no Brasil contemporâneo” coordenado pelo Prof. Dr. Andityas Soares de Moura Costa Matos.

 

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

Matos, A. S. de M. C., & Gangana, D. G. (2020). O Estado jurisdicional como operador da exceção interpretativa soberana / The jurisdictional State as the operator of sovereign interpretative exception. REVISTA QUAESTIO IURIS, 13(04), 1829–1869. https://doi.org/10.12957/rqi.2020.42749