EDUCAÇÃO INFANTIL, ANTIRRACISMO E MULTICULTURALISMO
Resumo
Em um país como o Brasil, violentamente marcado por práticas institucionais que reverberam e exalam racismo estrutural, quanto antes as iniciativas antirracistas forem incorporadas no cotidiano e currículo escolar, maiores serão as oportunidades para que crianças pequenas constituam suas experiências tendo como referência as contribuições da identidade negra. Nesse sentido, o presente texto, ao trazer o professor da educação básica como sujeito da práxis, busca estabelecer uma discussão com base em uma etnografia da prática escolar. A práxis em questão assume como objetivo enfatizar o antirracismo e o multiculturalismo como bases para estratégias de resistência, de modo que sujeitos escolares se constituam com e pela representatividade da identidade étnico-racial tão marginalizada pelo racismo estrutural. Adota-se, como referencial teórico, o multiculturalismo, destacando suas vertentes crítica e pós-colonial e as contribuições do pensamento antirracista. Diante da complexidade do racismo e seus desdobramentos perversos que asfixiam identidades e atravessam subjetividades, defende-se a importância da incorporação da luta antirracista na educação infantil, uma vez que corrobora para a construção de referências étnico-raciais para crianças pequenas. Além disso, a representatividade materializada na ancoragem social pelo sujeito professor/ professora antirracista e negro extrapola a prática de valorização ou celebração da identidade negra, geralmente potencializada em novembro em função das celebrações referentes à data comemorativa da consciência negra.
Palavras-chave
Educação Infantil; Antirracismo; Representatividade
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PDFDOI: https://doi.org/10.12957/periferia.2021.66014
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Revista Periferia, uma publicação eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas – PPGECC/UERJ - ISSN: 1984-9540