O jovem e o novo em Glauber Rocha e Gustavo Dahl: intervenções críticas (1960-1964)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.65506

Palavras-chave:

Glauber Rocha, Gustavo Dahl, cinema novo, crítica de cinema, vanguarda.

Resumo

O objetivo central do artigo é analisar como Glauber Rocha e Gustavo Dahl mobilizaram através da imprensa a típica disposição de vanguarda em favor do novo e da juventude com o fim de afirmar a sua geração no campo cinematográfico brasileiro entre os anos de 1960 e 1964. Para tanto, foram considerados textos publicados na imprensa da época. Argumentamos que o agenciamento da ideia de novo e de juventude foi determinado por aspectos conjunturais que remontam à crise da Vera Cruz e ao horizonte de expectativas revolucionárias aberto em inícios de 1960. Em termos teóricos, mobilizamos o conceito de campo tal como o pensou Pierre Bourdieu e o conceito de estrutura de sentimento de Raymond Williams.

Biografia do Autor

Thiago Turibio, Colégio Pedro II

Mestre (UERJ/FFP) e doutor (UFRJ) em História Social. 

Professor do Departamento de História do Colégio Pedro II.

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Publicado

2022-07-30

Como Citar

Turibio, T. (2022). O jovem e o novo em Glauber Rocha e Gustavo Dahl: intervenções críticas (1960-1964). Intellèctus, 21(1), 225–247. https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.65506