Dos Protocolos dos Sábios de Sião ao Q-Anon: a renovação do discurso conspiracionista na extrema-direita contemporânea

Autores

  • Pedro Carvalho Oliveira Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Maringá. Integrante do Laboratório de Estudos do Tempo Presente (LabTempo-UEM). https://orcid.org/0000-0003-0393-4143

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.65226

Palavras-chave:

conspiracionismo, extrema-direita, neofascismos

Resumo

O presente artigo realiza uma breve análise sobre a presença de teorias conspiratórias entre organizações e adeptos de ideias políticas de extrema-direita. Veremos como desde a emergência dos fascismos na primeira metade do século XX até a consolidação de grupos extremistas nos dias de hoje, teorias da conspiração mantém-se como parte fundamental de uma narrativa ideológica embasada no medo dos inimigos pré-determinados. Assim, poderemos perceber a historicidade dessa prática, suas reminiscências e as transformações pelas quais passou para manter-se útil à extrema-direita no presente. Por meio desse percurso, poderemos também verificar as mudanças pelas quais comportamentos políticos de extrema-direita passaram e quais são suas singularidades nos dias atuais.

Referências

ADORNO, Theodor (2004). Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. São Paulo: Paz e Terra.

BEN-ITTO, Hadassa (2005). The Lie That Wouldn’t Die: The Protocols of the Elders of Zion. New York: Vallentine Mitchell.

BERTONHA, João F (2014). Integralismo: problemas, perspectivas e questões historiográficas. Maringá: EdUEM.

COPSEY, Nigel (2004). Contemporary British fascism: the British National Party and the quest for legitimacy. London: Palgrave Macmillan.

GIANOCELLI, Eve (2021). The unification of the New Right? On Europe, identity politics and reactionary ideologies. New Perspectives. London, vol. 1, n. 04, pp. 364-375. Disponível em:<https://www.ceeol.com/search/article-detail?id=998906>. Acesso em: 10 out. 2021.

GINZBURG, Carlo (2006). O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. Trad. Rosa Freire Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras.

HERMANSSON, P. & LAWRENCE, D. & MULHALL, J. & MURDOCH, S (2020). The International Alt-Right: Fascism for the 21st Century? Los Angeles: Routledge.

HOBSBAWM, Eric J (1995). Era dos extremos: o breve século XX. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras.

HOBSBAWM, Eric J. (2015). Era dos Impérios. São Paulo: Paz e Terra.

KONDER, Leandro (2009). Introdução ao fascismo. São Paulo: Expressão Popular. LÉVY, Pierre (1999). Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34.

MARTINEZ JR., B. A.; SELEPAK, Andrew (2013). Power and violence in Angry Aryans song lyrics: a racist skinhead communication strategy to recruit and shape a collective identity in the White Power movement. C&S. São Bernardo do Campo, v. 35, n. 1, pp. 153-180. Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas/revistas- ims/index.php/CSO/article/viewFile/4427/3706>. Acesso em 08 dez. 2021.

MAYNARD, Dilton C. S. (2011). Escritos sobre história e internet. Rio de Janeiro: Editora Multifoco.

McCANN, Frank (2011). Brasil e Estados Unidos: dois séculos de relacionamento. In: MUNHOZ, Sidnei J. & TEIXEIRA DA SILVA, F. C. (Orgs.). Relações Brasil-Estados Unidos: séculos XX e XXI. Maringá: EdUEM, pp. 25-64.

MOSKALENKO, Sophia & McCAULEY, Clark (2021). QAnon: Radical Opinion versus Radical Action. Terrorism research initiative, vol. 15, n. 02, pp. 142-146.

OLIVEIRA, Pedro Carvalho (2018). O som do ódio: uma história do rock neofascista e dos neofascismos no tempo presente. Curitiba: CRV Editora.

PAXTON, Robert O (2007). Anatomia do fascismo. Trad. Patrícia Zimbres e Paula Zimbres. São Paulo: Paz e Terra.

PHILLIPS, Whitney (2015). This Is Why We Can't Have Nice Things: Mapping the Relationship between Online Trolling and Mainstream Culture. Massachussetts: The MIT Press.

PIDGEN, Charles R. (2007). Conspiracy Theories and the Conventional Wisdom. Episteme: a Journal of Social Epistemology (New York), vol. 04, n. 2, p. 222, 2007.

SEDGWICK, Mark (2004). Against the Modern World: Traditionalism and the Secret Intellectual History of the Twentieth Century. Oxford: Oxford University Press.

SKIDMORE, Thomas (1982). Brasil: de Getúlio a Castelo. Trad. Ismênia Tundes Dantas. 14 ed. São Paulo: Paz e Terra.

STERN, Alexandra Minna (2020). Proud Boys and the White Ethnostate: How the Alt- Right Is Warping the American Imagination. New York: Beacon Press.

TEIXEIRA DA SILVA, F. C (2004). Revoluções conservadoras, terror e fundamentalismo: regressões do indivíduo na modernidade. In: TEIXEIRA DA SILVA, F. C. (Org.). O século sombrio: uma história geral do século XX. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, pp. 123-146.

TEIXEIRA DA SILVA, F. C. (2014). Sobre os tribunais no Terceiro Reich. Os fascismos e ditaduras: o que ainda há para estudar? In: SCHURSTER, Karl et al. (Orgs.). Velhas e novas direitas: a atualidade de uma polêmica. Recife: EdUPE, pp. 28-48.

TOBIAS, Fritz (1964). The Reichstag Fire. Nova York: Putnam, 1964.

TUTERS, Marc (2021). Fashwave and the false paradox of ironic nazism. Krisis: journal for contemporary philosofy. Groningen, vol. 01, pp. 172-178. Disponível em: https://scholar.archive.org/work/3k4bhnpqrjecjjlrwct7qmnjsu/access/wayback/https://kris is.eu/article/download/37162/35165>. Acesso em: 28 dez. 2021.

Downloads

Publicado

2022-07-30

Como Citar

Oliveira, P. C. (2022). Dos Protocolos dos Sábios de Sião ao Q-Anon: a renovação do discurso conspiracionista na extrema-direita contemporânea. Intellèctus, 21(1), 133–155. https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.65226