Colonialidade, Modernidade e Decolonialidade: Da Naturalização da Guerra à Violência Sistêmica

Autores

  • Emerson Oliveira Nascimento Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Instituto de Ciências Sociais (ICS-Ufal) Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS-Ufal) http://orcid.org/0000-0002-5983-5964

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2021.58456

Palavras-chave:

colonialidade, modernidade, decolonialidade, guerra justa, violência.

Resumo

A teoria decolonial compreende que colonização e modernidade, enquanto projetos ocidentais, são faces de uma mesma moeda e que o colonialismo, está longe de ser compreendido como uma etapa superada do passado das antigas colônias europeias. Nosso objetivo aqui é explorar a contribuição da teoria decolonial enquanto ferramenta analítica capaz de explicar a lógica inerente à condição de “guerra justa” contra os sujeitos colonizados no passado e sua dilatação e normalização hoje para a condição de uma espécie de “violência sistêmica” cujos alvos privilegiados ainda são os grupos étnico-raciais, de gênero e as sexualidades divergentes ou não-hegemônicas. Acreditamos que a insubmissão analítica que estas ferramentas ensejam podem vir a se configurar como conceitos potencializadores para a investigação social sobre violência, especialmente, na América Latina. 


Biografia do Autor

Emerson Oliveira Nascimento, Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Instituto de Ciências Sociais (ICS-Ufal) Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS-Ufal)

Historiador, mestre e doutor em ciência política pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professor Associado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas (ICS-Ufal), bem como no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS-Ufal). Desenvolve pesquisas na área de violência urbana, segurança pública e direitos humanos e coordena o Laboratório de Estudos em Segurança Pública. 

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Publicado

2021-08-02

Como Citar

Nascimento, E. O. (2021). Colonialidade, Modernidade e Decolonialidade: Da Naturalização da Guerra à Violência Sistêmica. Intellèctus, 20(1), 54–73. https://doi.org/10.12957/intellectus.2021.58456