Leitura como resistência: Ernesto Penteado e José Nogueira leitores de Nietzsche

Autores

  • Antonio Vinicius Lomeu Universidade Federal Rural do RIo de Janeiro (mestre)/ Universidad de La Plata (doutorando)

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2021.54767

Palavras-chave:

Nietzsche, Leitura, Historia Intelectual, Microresistência.

Resumo

O presente artigo pretende refletir sobre a leitura como uma forma de resistência, tomando como exemplo a maneira através da qual o major brasileiro José Nogueira e o jornalista Ernesto Penteado recepcionaram os textos do filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900). Para tanto partiremos, sobretudo, das proposições de Michel De Certeau, que consideram a leitura como um ato de resistência, em distintos níveis, contra a dominação que a própria mensagem do texto representa. Essas reflexões têm como objetivo entender a circulação das ideias do filósofo alemão no Brasil e a prática de uma história intelectual a partir de um novo ângulo.


Biografia do Autor

Antonio Vinicius Lomeu, Universidade Federal Rural do RIo de Janeiro (mestre)/ Universidad de La Plata (doutorando)

Graduado e mestre em Historia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Doutorando em Historia pela Universidad Nacional de La Plata, Argentina.

Referências

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Publicado

2021-08-02

Como Citar

Lomeu, A. V. (2021). Leitura como resistência: Ernesto Penteado e José Nogueira leitores de Nietzsche. Intellèctus, 20(1), 302–322. https://doi.org/10.12957/intellectus.2021.54767