CONSUMO DE ALIMENTOS ENTRE ADOLESCENTES DE UM ESTADO DO NORDESTE BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2014.9693Palavras-chave:
estado nutricional, consumo de alimentos e adolescentes.Resumo
Objetivo: Verificar alimentos consumidos por adolescentes no estado do Maranhão, incluindo o consumo de alimentos regionais. Métodos: Trata-se de estudo descritivo com dados oriundos de pesquisa de base populacional realizada em 2007/2008 no estado do Maranhão, com amostra de 1.399 adolescentes, em que foram investigados dados demográficos e estado nutricional diagnosticado pelo índice de massa corporal, segundo critério da Organização Mundial da Saúde (2007). O consumo de alimentos foi avaliado através de Questionário de Frequência Alimentar (validado para garantia da regionalização do consumo). Resultados: A maior parte dos adolescentes tinha baixa renda familiar (rendimento de até um salário mínimo - 42,5%). Registraram-se sobrepeso em 12% da população, baixo-peso em 4,6% e obesidade em 4,2%. Os alimentos mais consumidos diariamente pelos adolescentes foram café (82,3%), arroz (77,2%), margarina e manteiga (50,8%), feijão (50,6%), farinha (47,3%) e pão (40,1%). Alimentos do grupo das frutas, hortaliças, carnes e ovos, leite e derivados obtiveram baixa frequência de consumo diário, bem como alimentos que geralmente são preferidos pelos adolescentes, como os do grupo de açúcares, doces e fast food. Também foi registrado baixo consumo de alimentos regionais dos grupos das frutas, hortaliças, tubérculos e cereais, como bacuri/cupuaçu, juçara, vinagreira, cuxá, maxixe, quiabo, beiju e caranguejo. Conclusão: O consumo de alimentos pelos adolescentes maranhenses configura uma alimentação monótona e pobre em nutrientes, possivelmente decorrente da baixa renda da população. Assim, medidas de intervenção precisam ser adotadas visando ampliar o consumo de alimentos regionais tão ricos em nutrientes, evitando-se agravantes para a saúde desses indivíduos.
DOI: http://dx.doi.org/10.12957/demetra.2014.9693
Downloads
Referências
Silva JG, Teixeira MLO, Ferreira MA. Alimentação e saúde: sentidos atribuídos por adolescentes. Esc Anna Nery (impr.). 2012; 16(1):88- 95.
Velásquez KM, et al. Perfil antropométrico de jovens escolares do município de Lages/SC. Rev Bras Obes Nut Emagrece. 2007; 1(3):47-54.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2013.
Leal GVS, et al. Consumo alimentar e padrão de refeições de adolescentes, São Paulo, Brasil. Rev. Bras. Epidemiol. 2010; 13(3):457-467.
Batista Filho M, Rissin A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2003; 19(1): 181-191.
World Health Organization. Inequalities young people’s health: key findings from the Health Behaviour in School-aged Children (HBSC) 2005/2006 survey fact sheet. Copenhagen: World Health Organization, 2008. [acesso 2013 agos.]. Disponível em:http://www.euro.who.int/Document/Mediacentre/fs_hbsc_17june2008_e.pdf
Bertin RL, et al. Estado nutricional e consumo alimentar de adolescentes da rede pública de ensino da cidade de São Mateus do Sul, Paraná, Brasil. Rev. Bras. Saúde Materno Infant. 2008; 8(4):435-443.
Brito LMO, et al. Estado nutricional de adolescentes do maranhão por critérios nacional e internacional. Rev. Ciênc. Saúde Coletiva. 2013; 18(12):3715-3720.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamento Familiar 2002-2003: antropometria e análise do estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2006.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais, 2006. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2006.
Sichieri, R. Avaliação do consumo alimentar e do consumo de energia. In: R. Sichieri Epidemiologia da Obesidade, Rio de Janeiro: Eduerj, 1998; 65-88
World Health Organization. Growth reference data for 5-19 years [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2007 [acesso 2013 Jul 10]. Disponível em: http://www.who.int/growthref/en
PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório do Desenvolvimento Humano 2013. [Internet]. 2013 [acesso 2013 dez 10]. Disponível em http://www.pnud.org.br/
Gomes FS, Anjo LA, Vasconcellos MTL. Associação entre o estado nutricional antropométrico e a situação sócio-econômica de adolescentes em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2009; 25(11):2446-2454.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009: antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos do Brasil. Rio de Janeiro, 2010.
Silva JB, et al. Estado Nutricional de Escolares do Semi-Árido do Nordeste Brasileiro. Rev Salud Pública. 2009; 1(1):62-71.
TONIAL, S. R.; SILVA, A. A. (org). Saúde, nutrição e mortalidade infantil no estado do Maranhão. São Luís: UFMA; UNICEF, 1997.
TONIAL, S. R. Desnutrição e obesidade: faces contraditórias na miséria e na abundância. Recife: Publicações Científicas do Instituto Materno Infantil de Pernambuco, 2001.
Castro, J. A., Modesto, L. (2010). Bolsa família 2003-2010: Avanços e desafios. Brasília, DF: Ipea.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009: Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro; 2011.
Silva ARV, et al. Hábitos alimentares de adolescentes de escolas públicas de Fortaleza, CE, Brasil. Rev Bras Enferm. 2009; 62(1): 18-24.
Cerdeño VJM. Consumo de arroz: principales características. Distribución y consumo. 2006; 1: 72-82.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. Promovendo a alimentação saudável. Brasília; 2005.
Levy RB, et al. Distribuição regional e socioeconômica da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil em 2008-2009. Rev Saúde Pública. 2012; 46 (1):6-15.
Dalla Costa MC, Cordoni Junior L, Tiemi M. Hábito alimentar de escolares adolescentes de um município do oeste do Paraná. Rev. Nutr., Campinas. 2007; 20(5):461-471.
Scherr C, Ribeiro JP. Gorduras em Laticínios, Ovos, Margarinas e Óleos: Implicações para a Aterosclerose. Arq Brasileiro de Cardiol. 2010; 95(1):55-60.
Conceição SIO, et al. Consumo alimentar de escolares das redes pública e privada de ensino de São Luís, Maranhão. Rev Nut. Campinas. 2010; 23(6): 993-1004.
Almeida CF, et al. Frequência de consumo alimentar versus saúde de adolescentes. Rev. Rede de Cuidados em Saúde. 2009; 3(3): 1-12.
Sampaio HAC, et al. Consumo de Frutas e Hortaliças por indivíduos atendidos pelo programa saúde da família na periferia da cidade de Fortaleza – CE. Rev. APS. 2010; 13(2): 175-181.
Estima CCP, et al. Consumo de bebidas e refrigerantes por adolescentes de uma escola pública. Rev Paul Pediatr. 2011; 29(1):41-5.
Neutzling MB, et al. Frequência de consumo de dietas ricas em gordura e pobres em fibra entre adolescentes. Rev Saúde Pública. 2007; 41(3):336-342.
Santos GG, et al. Hábitos alimentares e estado nutricional de adolescentes de um centro de juventude da cidade de Anápolis. Ensaios e Ciência Ciências biológicas, Agrárias e da Saúde. 2011; 15(1).
Malta DC, et al. Prevalência de fatores de risco e proteção de doenças crônicas não transmissíveis em adolescentes: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), Brasil, 2009. Ciênc. Saúde Coletiva. 2010; 15(2):3009-3019.
Yuyama LKO, et al. Caracterização físico-química do suco de açaí de Euterpe precatoria Mart. oriundo de diferentes ecossistemas amazônicos. 2011; 41(4): 545 – 552.
Manhães LRT, Marques MMM, Sabaa-Srur AUO. Composição química e do conteúdo de energia do cariru (Talinum esculentum, Jacq.). Acta Amaz. 2008; 38(2): 307-310.
MARTINS, M. A. S. 1985. Vinagreira (Híbiscus sabdariffa. L): uma riqueza pouca conhecida. São Luis: EMAPA, 12p.
Aquino JS, et al. Processamento de biscoitos adicionados de óleo de buriti (Mauritia flexuosa L.): uma alternativa para o consumo de alimentos fontes de vitamina A na merenda escolar. Rev. Nutr. [online]. 2012; 25(6): 765-774.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Título do manuscrito: __________________________________________________________________
1. Declaração de responsabilidade
Certifico minha participação no trabalho acima intitulado e torno pública minha responsabilidade pelo seu conteúdo.
Certifico que o manuscrito representa um trabalho original e que nem este ou quaisquer outros trabalhos de minha autoria, em parte ou na integra, com conteúdo substancialmente similar, foi publicado ou foi enviado a outra revista.
Em caso de aceitação deste texto por parte de Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, declaro estar de acordo com a política de acesso público e de direitos autorais adotadas por Demetra, que estabelece o seguinte: (a) os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial neste periódico; (b) os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (p.ex., publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista; e (c) os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (p.ex., em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
2. Conflito de interesses
Declaro não ter conflito de interesses em relação ao presente artigo.
Data, assinatura e endereço completo de todos os autores.