spinoza sobre os niños e a infância
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2021.59537Palavras-chave:
infância, spinoza, essência humana, ética.Resumo
Baruch Spinoza, filósofo do século XVII, mais conhecido por seu rigor metafísico e a heterodoxia radical de sua concepção de Deus como Natureza, não diz muito sobre as crianças ou a infância. Contudo, suas poucas menções às crianças em sua obra-prima, Ética, levantam questões fascinantes de autarquia, racionalidade e relações mente-corpo percebidas no contraste entre crianças e adultos. Geralmente, as teorias filosóficas da infância se beneficiam muito de uma base metafísica forte. A filosofia de Spinoza, que recentemente tem recebido considerável atenção de neurocientistas e psicólogos contemporâneos, pode servir como um terreno estável e fértil para o desenvolvimento de uma forte filosofia da infância. Neste artigo, abordo a concepção spinozista de um ser humano próspero e feliz e a maneira como essa compreensão da excelência humana reflete em sua compreensão das crianças e da infância. Eu argumento que o uso de conceitos spinozistas pode ser valioso na análise de crianças e da infância - especialmente a essência, o esforço para perseverar no ser, e a natureza da imaginação. A epistemologia de Spinoza pode explicar a racionalidade única das crianças e fornecer uma base metafísica para o comportamento normativo. Além disso, pode nos ajudar, como cuidadores, a compreender melhor e ser empático com as crianças, ao explicar as semelhanças e diferenças entre crianças e adultos.
Downloads
Referências
Damasio, Antonio. Looking for Spinoza: Joy, Sorrow, and the Feeling Brain, Orlando: Harcourt, 2003.
de Djin, Herman. "Ethics IV: The Ladder, No the Top: The Provisional Morals of the Philosopher", in Spinoza on Reason and the ‘Free Man’, ed. Yirmiyahu Yovel and Gideon Segal New York: Little Room Press, 2004.
Garber, Daniel. "Dr. Fischelson's Dilemma: Spinoza on Freedom and Sociability", in Spinoza on Reason and the ‘Free Man’, ed. Yirmiyahu Yovel and Gideon Segal, New York: Little Room Press, 2004.
Garrett, Don. "Spinoza's Ethical Theory", in The Cambridge Companion to Spinoza. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1996.
Harvey, Warren Zeev. “A Portrait of Spinoza as a Maimonidean.” Journal of the History of Philosophy 19, no. 2 (1981): 151–72.
Jarrett, Charles. "Spinoza's Constructivism", in Essays on Spinoza's Ethical Theory, ed. M. Kisner and A. Youpa. Oxford: Oxford University Press, 2014.
Kisner, Matthew. "Reconsidering Spinoza's Free Man: The Model of Human Nature", Oxford Studies in Early Modern Philosophy 5, 2010.
LeBuffe, Michael. From Bondage to Freedom, Oxford: Oxford University Press, 2010.
Manzini, Fréderic. Spinoza: une lecture d'Aristote. Paris: Presses Universitaires de France, 2009.
Matthews, Garreth B. “Philosophy and Developmental Psychology: Outgrowing the Deficit Conception of Childhood,” in The Oxford Handbook of the Philosophy of Education, ed. by Harvey Siegel, Oxford: Oxford University Press, 162–76
Moore, M. K., & Meltzoff, A. N. New findings on object permanence: A developmental difference between two types of occlusion. The British journal of developmental psychology, 17(4), 623–644, 1999.
Nadler, Steven. "Spinoza and Consciousness" Mind 117 (467), July 2008.
------------------. “On Spinoza's ‘Free Man.’” Journal of the
American Philosophical Association 1, no. 1, 2015.
Spinoza, Baruch. The Collected Works of Spinoza, vol. I, translated by Edwin Curley, Princeton: Princeton University Press, 1985.
Wolfson, Harry Austryn. The Philosophy of Spinoza: Unfolding the Latent Processes of His Reasoning. New York: Schocken Books, 1969.