from disciplinary power to biopower to necropolitics: the black child in search of a decolonized childhood

Authors

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2021.56340

Keywords:

disciplinary power, biopower, necropolitics, black child, black childhood, decolonization.

Abstract

The article discusses how the emergence of the term "minor" in Brazilian society, from the mid-nineteenth century, forged mainly by the practice of legal and medical discourse, outlined a path of institutionalization for poor children; first, in the post-abolition period  of enslavement until the thirties of the last century and, later, until the period of democratization of Brazil, considering the promulgation of the Federal Constitution of 1988. The analysis for the proposed periods was based on the concept of disciplinary power and biopower, both coined by Foucault. Furthermore, the emergence of the black child was discussed, based on its status as a citizen child, contained in the Federal Constitution of 1988, and in the Statute of the Child and Adolescent created in the 1990s. From this period up to the present day, the text deals with the new devices created by the Brazilian State, which have ensured unequal conditions for black children and mainly promoted the increase of homicides among them.The analysis of the last period presented was based on the concept of “necropolitics,” developed by Achille Mbembe. Finally, we defend the principle that another childhood for black child will only be possible through a becoming-other, a new opening of the world and, above all, a decolonization of childhood for children belonging to the black ethnic-racial group. 

Author Biography

cristina teodoro, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira

Professora Adjunta Efetiva da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
(UNILAB) - Campus dos Malês/BA. Pesquisadora no grupo de pesquisa: Práticas e políticas da diferença.
Estudos Sociais da Criança e Infância, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

References

Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 14ªed. 2020. Disponível em:< https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2020/10/anuario-14-2020-v1-interativo.pdf. Acesso em: 10 Fev. 2021.

Deleuze, G. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.

Deleuze, G; Guattari, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.

Didonet, V. Trajetória dos direitos da criança no Brasil: de menor e desvalido a criança cidadã, sujeito de direitos. In: SENADO FEDERAL. Primeira infância: avanços legais do marco legal da primeira infância. Brasília: Câmara dos Deputados, 2016.

Farias, A. B.; Fantinel, F. S. Racismo em variação: contribuições para a crítica biopolítica. In Farias, A. B.; Fantinel, F. S. (org). Racismo em variação: contribuições para a crítica biopolítica. Caxias do Sul: Educs, 2019.

Foucault, M. Vigiar e punir. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

Fundo das Nações Unidas Para A Infância (UNICEF). Os impactos do racismo na infância. 2010. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/media/1731/file/O_impacto_do_racismo_na_infancia.pdf. Acesso em 17/01/2021.

Fundo das Nações Unidas Para A Infância (UNICEF). 30 anos da convenção sobre os direitos da criança. 2019. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/relatorios/30-anos-da-convencao-sobre-os-direitos-dacrianca. Acesso em: 17/01/2021.

Gomes, N. L.; Teodoro, C. O país que extermina crianças e adolescentes já está morto. Fundação Perseu Abramo. 2020. Disponível em https://fpabramo.org.br/2020/12/09/o-pais-que-extermina-criancas-e-adolescentes-ja-esta-morto/. Acesso em 08/01/2021.

Guimarães, A. S. A. Como trabalhar com "raça" em Sociologia. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 93-97, jan./jun. 2003.

Henriques, R. Desigualdade racial no Brasil: evolução das condições de vida na década de 90. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2001.

Kaminski, A. K. O Conselho Tutelar, a criança e o ato infracional: proteção ou punição? Canoas: ULBRA, 2002.

Kaminski, J. Menores e crianças: uma breve análise da história da infância e adolescência no Brasil. Akrópolis, Umuarama, v. 20, n. 2, p. 16-22, 2012.

Kohan, W. O. A infância da educação: o conceito devir-criança. 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/2/1/a-infancia-da-educacao-o-conceito-devir-crianca. Acesso em: 5 jan. 2021.

Machado, R. Introdução: por uma genealogia do poder. In: Foucault, Michel. Microfísica do poder. 13. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1998.

Mbembe, A. Necropolítica: Arte & Ensaios. Revista do PPG de Artes visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ, Rio de Janeiro, n. 32, p. 123-151, dez. 2017.

Mbembe, A. Sair da grande noite: ensaio sobre a África descolonizada. Petropolis: Vozes, 2014.

Morais, R. M. O. Os dispositivos disciplinares e a norma disciplinar em Foucault. Revista Ítaca, Rio de Janeiro, v. 27, p. 185-216, 2019.

Müller, T. M. P. Os conceitos de criança e de anormal e as práticas decorrentes de atendimento institucional no brasil: uma análise genealógica. Childhood & Philosophy, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 421-444, jul./dez. 2005.

Passetti, E. Crianças carentes e políticas públicas. In: Del Priore, M. (Org.). História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006.

Perez, J. R. R.; Passone, E. F.. Políticas sociais de atendimento ... no Brasil. Caderno Pesquisa [online], v. 40, n. 140, p. 649-673, 2010.

Rosemberg, F; Pinto, R. P. Criança pequena e raça na PNAD 87. Textos FCC, n. 13, 1997.

Pogrebinschi, T. Foucault, para além do poder disciplinar e do biopoder. Lua Nova, n. 63, p.179-201, 2004.

Rizzini, I. Crianças e menores do pátrio poder ao pátrio dever: um histórico da legislação para a infância no Brasil (1830-1990) In: Pilotti, F; Rizzini, I. (Org.). A Arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Interamericano Del Niño, 1995.

Rolnik, R. Territórios negros nas cidades brasileiras (etnicidade e cidade em são Paulo e no Rio de Janeiro). Estudos Afro-Asiáticos, v. 17, p. 29-41, 1989.

Santos, M. A. C. et al. Luzes e sombras sobre a Colônia: educação e casamento na São Paulo do século XVIII. São Paulo: Humanitas/EDUSP, 1998.

Santos, M. A. C. Criança e criminalidade no início do século. In: Priore, M. D. (Org.). História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006, p. 210-229

Saraiva, J. B. C. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.

Silva, M. L. População-sacer e democracia racial no Brasil. Revista Sociedade & Estado, Brasília, v. 32, n. 3, p. 593-620, set./dez. 2017.

Published

2021-05-30

How to Cite

gomes, nilma lino, & teodoro, cristina. (2021). from disciplinary power to biopower to necropolitics: the black child in search of a decolonized childhood. Childhood & Philosophy, 17, 01–31. https://doi.org/10.12957/childphilo.2021.56340

Issue

Section

Childhood and Necropolitics: other possibles