BNCC E SEMIÓTICA: UM DIÁLOGO MAIS QUE NECESSÁRIO
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Resumo
Em um contexto de pandemia, de crise econômica, de expansão do uso da tecnologia na preparação e na condução de aulas remotas e de implementação de novos documentos oficiais de orientação pedagógica no Brasil (com a instituição de ajustes curriculares sugeridos pela Base Nacional Curricular Comum – BNCC), muitos professores, sobretudo da área de Linguagens, sentiram-se perdidos. A proposta desse artigo é trazer à baila as reais diretrizes dos documentos oficiais, ressaltando como os gêneros (BAKHTIN, 1992[2003]) podem e devem ser usados como fonte fundamental das aulas de língua materna. Ainda que tantos outros trabalhos já tenham discutido essa orientação, chamamos atenção para um alerta importante: a questão não é eleger uma nomenclatura terminológica sobre gêneros para serem “decoradas” pelos educandos, mas sim elaborar uma análise multissemiótica (SIMÕES, 2009; ROJO; MOURA, 2012) de qualidade com os leitores em formação, sobretudo com o amparo da Teoria da Iconicidade Verbal – TIV (SIMÕES, 2009). Paradoxalmente, é recorrente a queixa que ouvimos de muitos professores em formação, reclamando que sabem muito pouco ou até que nunca estudaram Semiótica. Este trabalho, então, propõe-se, ainda uma vez, tentar sinalizar esse contrassenso. Afinal, como pode a BNCC propagar a necessidade de uma análise linguístico-semiótica dos textos, se boa parte dos professores sequer sabe como fazê-lo?
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