DA PROIBIÇÃO À REVOLUÇÃO NA PRODUÇÃO LITERÁRIA ESCRITA POR MULHERES: O CASO DE CLARA E ALBA EM A CASA DOS ESPÍRITOS, DE ISABEL ALLENDE

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Danielly Cristina Pereira Vieira
Rafael Macário de Lima

Resumo

Na obra A Casa dos Espíritos (2017[1982]), de Isabel Allende, destacam-se as mulheres da família, principalmente Clara e Alba, as responsáveis pela narração da história — a primeira por escreve-la em seus cadernos de anotar a vida e a segunda por resgatar essa escrita, após sua libertação do cárcere ditatorial, e narrá-la de modo a construir a obra. Nessa perspectiva, nosso objetivo é analisar o potencial revolucionário e de resistência da escrita das mulheres utilizando como corpus a obra de Allende. Para isso, através de teóricas como Joanna Russ (2018), Gerda Lerner 2019, Michelle Perrot (2019) e Virginia Woolf (2019), faremos um breve percurso acerca da proibição e dos empecilhos históricos impostos às mulheres afim de barrar ou dificultar suas expressões através da escrita, culminando nas estratégias utilizadas por elas, tal como a escrita de cartas e, como Clara, de diários/cadernos privados, como estratégia de registro e de voz. Concluímos que Allende, em sua obra, ilustra o poder revolucionário da produção escrita das mulheres.

Detalhes do artigo

Como Citar
Vieira, D. C. P., & de Lima, R. M. (2022). DA PROIBIÇÃO À REVOLUÇÃO NA PRODUÇÃO LITERÁRIA ESCRITA POR MULHERES: O CASO DE CLARA E ALBA EM A CASA DOS ESPÍRITOS, DE ISABEL ALLENDE. Caderno Seminal, (40). https://doi.org/10.12957/seminal.2021.58241
Seção
Escrita de Mulheres: prosa em línguas estrangeiras e comparatismos
Biografia do Autor

Danielly Cristina Pereira Vieira, UFPE

Danielly Vieira é doutoranda em Letras na área de Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco, sendo bolsista CNPQ. É mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco, graduada em Licenciatura em Letras com dupla habilitação em Português e Espanhol na UFRPE, além de ter sido bolsista CAPES durante período no exterior para graduação sanduíche em Licenciatura em Português na Universidade de Coimbra. Foi monitora da disciplina Introdução aos Estudos Literário, integrante do Projeto Para uma História do Português Brasileiro (PHPB), bolsista PROEXT UFRPE no Projeto de Oficinas Didáticas e monitora voluntária do Núcleo de Idiomas do Departamento de Letras - NID-DL no qual ministrou aulas de Português como Língua Estrangeira.

Rafael Macário de Lima, UFPE

Atualmente é Doutorando em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE/ PPGL. É Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 2018- 2020. Graduado em Língua Portuguesa e suas Literaturas pela Universidade de Pernambuco (UPE) 2013 - 2017. Membro do Grupo de Pesquisas registrado no CNPQ "Derivações e Representações Interartísticas das Vozes do Atlântico", na linha de Estudos em Literatura, Memória e Imaginário, sob a orientação do Prof. Dr. Fábio Calvalcante de Andrade. Professor de Língua Portuguesa e Literatura da Rede Estadual de Pernambuco. Dedica-se ao estudo das obras da escritora Anaïs Nin e a sua relação com o erotismo. Atualmente no Doutorando, está desenvolvendo uma pesquisa acerca do herói libertino como marco da modernidade, por meio das obras do Marquês de Sade e de Anaïs Nin.