Ensino de habilidades culinárias em cursos de Nutrição: analisando as percepções de especialistas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2025.87453

Palabras clave:

Educação. Currículo. Culinária. Técnica Dietética. Infraestrutura.

Resumen

O estudo tem como objetivo construir um consenso entre especialistas sobre o ensino de habilidades culinárias – HC, nos cursos de graduação em nutrição no Brasil. O estudo transversal utilizando a técnica Delphi e análise quantitativa e qualitativa foi baseado nas percepções de professores de Tecnica Dietética, oriundos de 47 universidades públicas do Brasil. Um questionário semiestruturado, com 24 itens e expressões livres das percepções dos participantes sobre o ensino de habilidades culinárias, foi aplicado em duas rodadas. O consenso foi alcançado quando o item atendeu a três dos quatro critérios: 1. Pelo menos 51% dos entrevistados pontuaram de 3 a 4 pontos; 2. Resultados médios entre 3,00 e 4,00 pontos; 3. Desvio padrão <1,5; 4. Intervalo interquartil ≤1,0. A análise da percepção dos especialistas permitiu a identificação de itens facilitadores para o ensino de HC, tais como:gostar de cozinhar; familiaridade com o preparo de alimentos; participação em momentos de transmissão intergeracional; apoio técnico nas aulas práticas; As principais barreiras são: aversão a alguns produtos alimentícios; tempo restrito para preparação; compra de alimentos com melhores custos/benefícios; ausência de pensamento crítico e reflexivo; e ausência de suporte técnico para aquisição de alimentos. Houve consenso sobre a influência do ambiente e dos sistemas alimentares; o tamanho e o leiaute dos laboratórios; disponibilidade de equipamentos para as aulas práticas; e método pedagógicoa metodologia pedagógica no ensino de habilidades culinárias. Emergiram como consenso duas categorias temáticas: habilidades culinárias como ferramenta para a sustentabilidade e autonomia individual e coletiva em saúde; e a influência da infraestrutura e dos protocolos pedagógicos no ensino de habilidades culinárias. Esses resultados podem contribuir para a organização curricular dos cursos de graduação. 

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

1. Soliah LAL, Walter JM, Jones SA. Benefits and barriers to healthful eating: What are the consequences of decreased food preparation ability? Am J Lifestyle Med. 2012;6(2). https://doi.org/10.1177/1559827611426394

2. Díaz-Méndez C, García-Espejo I. Eating practice models in Spain and the United Kingdom: A comparative time-use analysis. Int J Comp Sociol. 2014;55(1). https://doi.org/10.1177/0020715213519657

3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. Pesquisa de Orçamento Familiar 2002-2003: análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.].

4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. Pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.].

5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil.Rio de Janeiro: [s.n.].

6. Brasil. Guia Alimentar Para a População Brasileira. 2aed, 156 p. (Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica); 2014 [citado 11 jan 2021]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf

7. Diez-Garcia, RW. Notas sobre a origem da culinária: uma abordagem evolutiva. R. Nutr. PUCCAMP, Campinas, 1995, jan./jun;8(2):231-244

8. Diez-Garcia RW, Castro IRR de. A culinária como objeto de estudo e de intervenção no campo da Alimentação e Nutrição. Cien Saude Colet. 2011;16(1). https://doi.org/10.1590/s1413-81232011000100013

9. Mazzonetto AC, Dean M, Fiates GMR. Percepções de indivíduos sobre o ato de cozinhar no ambiente doméstico: revisão integrativa de estudos qualitativos. Cien Saude Colet. 2020;25(11). https://doi.org/10.1590/1413-812320202511.01352019

10. Jomori MM, Vasconcelos F de AG de, Bernardo GL, Uggioni PL, Proença RP da C. The concept of cooking skills: A review with contributions to the scientific debate TT - O conceito de habilidades culinárias: uma revisão com contribuições ao debate científico. Rev Nutr. 2018;31(1). https://doi.org/10.1590/1678-98652018000100010

11. Begley A. Are cooking skills essential to improving public health? Nutridate. 2016;27(1).

12. Begley A, Gallegos D. Should cooking be a dietetic competency? Nutr Diet. 2010;67(1). https://doi.org/10.1111/j.1747-0080.2010.01392.x

13. Begley A, Gallegos D. What’scooking for dietetics? A review of the literature. Nutr Diet. 2010;67(1). https://doi.org/10.1111/j.1747-0080.2010.01406.x

14. Asher RC, Jakstas T, Wolfson JA, et al. Cook-edTM : A model for planning, implementing and evaluating cooking programs to improve diet and health. Nutrients. 2020;12(7). https://doi.org/10.3390/nu12072011

15. Giannarou L, Zervas E. Using Delphi technique to build consensus in practice. Int J Bus Sci Appl Manag. 2014;9(2).

16. Hsu CC, Sandford BA. The Delphi technique: Making sense of consensus. Pract Assessment, Res Eval. 2007;12(10). https://doi.org/10.7275/pdz9-th90

17. Marques JBV, Freitas D de. Método DELPHI: caracterização e potencialidades na pesquisa em Educação. Pro-Posições. 2018;29(2). https://doi.org/10.1590/1980-6248-2015-0140

18. Munaretto LF, Corrêa HL, Carneiro da Cunha JA. Um estudo sobre as características do método Delphi e de grupo focal, como técnicas na obtenção de dados em pesquisas exploratórias. Rev Adm da UFSM. 2013;6(1). https://doi.org/10.5902/198346596243

19. Rayens MK, Hahn EJ. Building Consensus Using the Policy Delphi Method. Policy, Polit Nurs Pract. 2000;1(4). https://doi.org/10.1177/152715440000100409

20. Reguant-Álvarez MT-FM. El método Delphi. Rev dÍnnovació i Recer en Educ. 2016;9(1). https://doi.org/10.1344/reire2016.9.1916

21. Rowe G, Wright G. The Delphi technique as a forecasting tool: Issues and analysis. Int J Forecast. 1999;15(4). https://doi.org/10.1016/S0169-2070(99)00018-7

22. Valera Ruiz M, Díaz Bravo L, García Durán R. Descripción y usos del método Delphi en investigaciones del área de la salud. Rev Investig en Educ Médica. 2012;1(2).

23. Wright JTC, Giovinazzo RA. Delphi: uma ferramenta de apoio ao planejamento prospectivo. Cad.de Pesq. em Administração. 2000.

24. Wakita T, Ueshima N, Noguchi H. Psychological Distance Between Categories in the Likert Scale: Comparing Different Numbers of Options. Educational and Psychological Measurement. 2012.

25. Likert R, Roslow S, Murphy G. A Simple and Reliable Method of Scoring the Thurstone Attitude Scales. J Soc Psychol. 1934;5(2). https://doi.org/10.1080/00224545.1934.9919450

26. Nadler JT, Weston R, Voyles EC. Stuck in the middle: The use and interpretation of mid-points in items on questionnaires. J Gen Psychol. 2015;142(2). https://doi.org/10.1080/00221309.2014.994590

27. R Core Team. R core team (2021). R A Lang Environ Stat Comput R Found Stat Comput Vienna, Austria URL http//www R-project org. Published online 2021.

28. Caivano SDA, Domene SMA. Consensus among experts on healthy eating and diet quality index. Cienc e Saude Coletiva. 2020;25(7). https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.09592018

29. Cronbach LJ. Coefficient alpha and the internal structure of tests. Psychometrika. 1951;16(3):297-334. https://doi.org/10.1007/BF02310555

30. Martins G de A. Sobre confiabilidade e validade. Rev Bras Gest Negocios. 2006;8(20).

31. Spearman C. The proof and measurement of association between two things. By C. Spearman, 1904. Am J Psychol. 1987;100(3-4):441-471. https://doi.org/10.2307/1422689

32. Bardin L. Análise de Conteúdo. Vol v.1 225p. (Presses Universitaires de France, ed.).; 1977.

33. Santos B de S. Pela Mão de Alice: O Social e o Político Na Pós-Modernidade. 7a. Ed. Cortez; 2000.

34. Cervato-Mancuso AM, Coelho DEP, Vieira VL. Segurança alimentar e nutricional: percepções de coordenadores de cursos de nutrição. Rasbran-Revista da Assoc Bras Nutr. 2016;Ano 7(2):9-17. https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/download/169/141

35. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução n.05 de 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição. Published online 2001.

36. Villela MCE, Azevedo E De. Controle de si e cuidado de si: uma reflexão sobre a ciência da nutrição. DEMETRA Aliment Nutr Saúde. 2021;16:e47183. https://doi.org/10.12957/demetra.2021.47183

37. Caraher M, Lang T. Can’t cook, won’t cook: A review of cooking skills and their relevance to health promotion. International Journal of Health Promotion and Education. 1999.

38. Farmer N, Cotter EW. Well-Being and Cooking Behavior: Using the Positive Emotion, Engagement, Relationships, Meaning, and Accomplishment (PERMA) Model as a Theoretical Framework. Front Psychol. 2021;12. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2021.560578

39. Jones SA, Walter J, Soliah LA, Phifer JT. Perceived motivators to home food preparation: Focus group findings. J Acad Nutr Diet. 2014;114(10). https://doi.org/10.1016/j.jand.2014.05.003

40. McGowan L, Caraher M, Raats M, et al. Domestic cooking and food skills: A review. Crit Rev Food Sci Nutr. 2017;57(11). https://doi.org/10.1080/10408398.2015.1072495

41. Mills S, White M, Brown H, et al. Health and social determinants and outcomes of home cooking: A systematic review of observational studies. Appetite. 2017;111. https://doi.org/10.1016/j.appet.2016.12.022

42. Simmons D, Chapman GE. The significance of home cooking within families. Br Food J. 2012;114(8). https://doi.org/10.1108/00070701211252110

43. Antunes MM. Técnica Delphi: metodologia para pesquisas em educação no Brasil. Rev Educ PUC-Campinas. 2014;19(1). https://doi.org/10.24220/2318-0870v19n1a2616

44. Rozin P, Vollmecke TA. Food likes and dislikes. Annu Rev Nutr. 1986;6.https://doi.org/10.1146/annurev.nu.06.070186.002245

45. Diez-Garcia RW, Cervato-Mancuso AM. Mudanças Alimentares e Educação Alimentar e Nutricional.2a ed. Guanabara Koogan; 2017.

46. Wolfson JA, Bleich SN, Smith KC, Frattaroli S. What does cooking mean to you?: Perceptions of cooking and factors related to cooking behavior. Appetite. 2016;97. https://doi.org/10.1016/j.appet.2015.11.030

47. Marchioni DM, Carvalho AM de, Villar BS. Dietas sustentáveis e sistemas alimentares: novos desafios da nutrição em saúde pública. Rev USP. 2021;(128):61-76. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i128p61-76

48. Domene SMÁ, Bezerra ACD, Capitani CD, Mescoloto SB, Zago L, Rocha TB. O ensino da Técnica Dietética e o uso de Metodologias Ativas. In: CRV, ed. Trajetória de Mudanças: Reflexões Sobre as Inovações Pedagógicas Na Formação Do Nutricionista. Vol 208 p.; 2020.

49. Martinelli SS, Cavalli SB. Healthy and sustainable diet: A narrative review of the challenges and perspectives. Cienc e Saude Coletiva. 2019;24(11):4251-4262. https://doi.org/10.1590/1413-812320182411.30572017

50. Peres J, Matioli V. Donos Do Mercado. Elefante; 2020.

51. Halkier B. Suitable cooking?: Performances and positionings in cooking practices among Danish women. Food, Cult Soc. 2009;12(3). https://doi.org/10.2752/175174409X432030

52. Short F. Domestic cooking skills - what are they? J Home Econ Inst Aust. 2003;10(3).

53. Kant I. Crítica Da Razão Prática. Ed. Martin Claret (trad.); 2004.

54. Engler-Stringer R. Food, cooking skills, and health: A literature review. Can J Diet Pract Res. 2010;71(3):141-145. https://doi.org/10.3148/71.3.2010.141

55. Domene SMÁ. Técnica Dietética: Teoria e Aplicações.Guanabara Koogan; 2018.

Publicado

2025-04-01

Cómo citar

1.
Couto Dinucci Bezerra A, Domene SM Álvarez. Ensino de habilidades culinárias em cursos de Nutrição: analisando as percepções de especialistas. DEMETRA [Internet]. 1 de abril de 2025 [citado 1 de mayo de 2025];20:e87453. Disponible en: https://www.e-publicacoes.uerj.br/demetra/article/view/87453

Número

Sección

ARTIGOS TEMÁTICOS “Dietética e promoção da alimentação adequada e saudável”