Qualidade da dieta de adolescentes estudantes das Escolas Técnicas Estaduais de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2025.77684Palavras-chave:
Adolescente. Dieta. Ensino Médio.Resumo
Objetivo: Identificar a qualidade da dieta e fatores associados de adolescentes estudantes da rede pública de ensino em coerência com as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira. Métodos: A amostra da pesquisa foi determinada por procedimentos de amostragem aleatória simples. O questionário eletrônico foi aplicado contendo questões para avaliação da qualidade da dieta e das características sociodemográficas: idade, sexo, cor da pele, renda familiar e escolaridade materna. A qualidade da dieta foi avaliada com aplicação da escala de qualidade da dieta (ESQUADA), sendo os escores categorizados em ‘muito ruim’, ‘ruim’, ‘boa’, ‘muito boa’ e ‘excelente’ para avaliação da associação com os dados sociodemográficos usando o teste de qui-quadrado e análise de correspondência. Foi adotado um nível de significância de 95%. Resultados: Participaram do estudo 733 adolescentes, sendo 55,25% meninas, com idade média de 16 anos. A maioria (79%) apresentou qualidade da dieta ‘boa’. A qualidade da dieta ‘muito boa’ e ‘ruim’ foram observadas em 8% e 13%, respectivamente. Foi observada uma correspondência entre a melhor qualidade da dieta e adolescentes do sexo masculino, mais velhos e com maior renda. Conclusão: Foi possível conhecer a qualidade da dieta dos adolescentes estudantes da rede pública descrevendo o consumo de alimentos e também as práticas alimentares em coerência com o Guia. Os achados são fundamentais para o planejamento e a execução de políticas públicas em alimentação e nutrição direcionadas para esse público.
Downloads
Referências
1. Morais DDC, Moraes LFDS, Silva DCGD, Pinto CA, Novaes JFD. Aspectos metodológicos da avaliação da qualidade da dieta no Brasil: revisão sistemática. Ciênc Saúde Coletiva. 2017;22(8):2671–80. https://doi.org/10.1590/1413-81232017228.23502015
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
3. Cannon G, Leitzmann C. Food and nutrition science: the new paradigm. Asia Pac J ClinNutr. 2022;31(1):1-15. https://doi.org/10.6133/apjcn.202203_31(1).0001
4. Maia EG, Silva LES da, Santos MAS, Barufaldi LA, Silva SU da, Claro RM. Padrões alimentares, características sociodemográficas e comportamentais entre adolescentes brasileiros. RevBrasEpidemiol. 2018;21(suppl 1):e180009. https://doi.org/10.1590/1980-549720180009.supl.1
5. Chen X, Zhang Z, Yang H, Qiu P, Wang H, Wang F, et al. Consumption of ultra-processed foods and health outcomes: a systematic review of epidemiological studies. Nutr J. 2020;19(1):86. https://doi.org/10.1186/s12937-020-00604-1
6. Ronca DB, Blume CA, Cureau FV, Camey SA, Leotti VB, Drehmer M, Schaan BD, Carvalho KMB. Diet quality index for Brazilian adolescents: the ERICA study. European Journal of Nutrition. 2020;59:539–56. https://doi.org/10.1007/s00394-019-01923-8
7. Alkerwi A. Diet quality concept. Nutrition. 2014;30(6):613–8. https://doi.org/10.1016/j.nut.2013.10.001
8. Wu XY, Zhuang LH, Li W, Guo HW, Zhang JH, Zhao YK, et al. The influence of diet quality and dietary behavior on health-related quality of life in the general population of children and adolescents: a systematic review and meta-analysis. Qual Life Res. 2019;28(8):1989–2015. https://doi.org/10.1007/s11136-019-02162-4
9. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017- 2018: avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2020.
10. Rodrigues RM, Souza A de M, Bezerra IN, Pereira RA, YokooEM, Sichieri R. Evolução dos alimentos mais consumidos no Brasil entre 2008-2009 e 2017-2018. Rev Saúde Pública. 2021;55(Supl.1):1–10. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003406
11. Louzada ML da C, Baraldi LG, Steele EM, Martins APB, Canella DS, Moubarac JC, et al. Consumption of ultra-processed foods and obesity in Brazilian adolescents and adults. Prev Med. 2015;81:9–15. https://doi.org/10.1016/j.ypmed.2015.07.018
12. Louzada ML da C, Costa C dos S, Souza TN, Cruz GL da, Levy RB, Monteiro CA. Impacto do consumo de alimentos ultraprocessados na saúde de crianças, adolescentes e adultos: revisão de escopo. Cad Saúde Pública. 2021;37(suppl 1):e00323020. https://doi.org/10.1590/0102-311x00323020
13. Costa CS, Del-Ponte B, Assunção MCF, Santos IS. Consumption of ultra-processed foods and body fat during childhood and adolescence: a systematic review. Public Health Nutrition. 2017; 21(1),148–59. https://doi.org/10.1017/S1368980017001331
14. Poti JM, Braga B, Qin B. Ultra-processed Food Intake and Obesity: What Really Matters for Health – Processing or Nutrient Content? CurrObes Rep. 2017;6(4):420–31. https://doi.org/10.1007/s13679-017-0285-4
15. Cunha DB, da Costa THM, da Veiga GV, Pereira RA, Sichieri R. Ultra-processed food consumption and adiposity trajectories in a Brazilian cohort of adolescents: ELANA study. Nutr Diabetes. 2018;8(1):28. https://doi.org/10.1038/s41387-018-0043-z
16. Louzada ML da C, Ricardo CZ, Steele EM, Levy RB, Cannon G, Monteiro CA. The share of ultra-processed foods determines the overall nutritional quality of diets in Brazil. Public Health Nutr. 2018;21(1):94–102. https://doi.org/10.1017/S1368980017001434
17. Lane MM, Davis JA, Beattie S, Gómez‐Donoso C, Loughman A, O’Neil A, et al. Ultraprocessed food and chronic noncommunicable diseases: A systematic review and meta‐analysis of 43 observational studies. Obes Rev. 2021;22(3). https://doi.org/10.1111/obr.13146
18. Monteiro CA, Cannon G, Lawrence M, Costa Louzada ML, Pereira Machado P. Ultra-processed foods, diet quality, and health using the NOVA classification system. Rome, Food and Agriculture Organization (FAO); 2019.
19. Vandevijvere S, De Ridder K, Fiolet T, Bel S, Tafforeau J. Consumption of ultra-processed food products and diet quality among children, adolescents and adults in Belgium. Eur J Nutr. 2019;58(8):3267–78. https://doi.org/10.1007/s00394-018-1870-3
20. Santos TSS, Araújo PHM, Andrade DF, Louzada MLC, Assis MAA, Slater B. Duas evidências de validade da ESQUADA e níveis de qualidade da dieta dos brasileiros. RevSaude Publica. 2021;55:39. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002397
21. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017- 2018: análise do consumo alimentar no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2020.
22. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2019. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.
23. Santos TSS, Sato PM, Carriero MR, Lopes CP, Segura IE, Scagliusi FB, Assis MAAA, Villar BS. Qualitative and quantitative analysis of the relevance, clarity, and comprehensibility of the Scale of Quality of Diet (ESQUADA). Arch LatinomamerNutr. 2018;68:4. https://doi.org/10.37527/2018.68.4.003
24. Costa e Silva DM, Santos TSS, Conde WL, Slater B. Estado nutricional e risco metabólico em adultos: associação com a qualidade da dieta medida pela ESQUADA. RevBrasEpidemiol. 2021;24:E210019. https://doi.org/10.1590/1980-549720210019
25. Galvão LLP, Santos TSS, Slater B, Lyra CO, Rolim PM, Ramalho AA, et al. Diet quality and associated factors in Brazilian undergraduates during the COVID-19 pandemic. Front Nutr. 2023;10:1169147. https://doi.org/10.3389/fnut.2023.1169147
26. Costa e Silva DM, Santos TSS, Slater B. ESQUADA e sua correlação com os marcadores de alimentação em inquérito de saúde: evidências de validade. Rev Contexto&Saúde. 2024;24:48. https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.48.14141
27. Samejima FA. Estimation of latent ability using a response pattern of graded scores. Psychometrika.1969;34:1-97.
28. Wendpap LL, Ferreira MG, Rodrigues PRM, Pereira RA, Loureiro A da S, Gonçalves-Silva RMV. Qualidade da dieta de adolescentes e fatores associados. Cad Saúde Pública. 2014;30(1):97–106. https://doi.org/10.1590/0102-311X00082412
29. Castilhos CB de, Schneider BC, Muniz LC, Assunção MCF. Qualidade da dieta de jovens aos 18 anos de idade, pertencentes à coorte de nascimentos de 1993 da cidade de Pelotas (RS), Brasil. CiêncSaúdeColetiva. 2015;20(11):3309–18. https://doi.org/10.1590/1413-812320152011.17822014
30. Haddad MR, Sarti FM. Sociodemographic determinants of health behaviors among Brazilian adolescents: Trends in physical activity and food consumption, 2009–2015. Appetite. 2020;144:104454. https://doi.org/10.1016/j.appet.2019.104454
31. Maciel BLL, Lyra C de O, Gomes JRC, Rolim PM, Gorgulho BM, Nogueira PS, et al. Food Insecurity and Associated Factors in Brazilian Undergraduates during the COVID-19 Pandemic. Nutrients. 2022;14(2):358. https://doi.org/10.3390/nu14020358
32. Silva DMC, Santos TSS, Conde WL, Slater B. Estado nutricional e risco metabólico em adultos: associação com a qualidade da dieta medida pela ESQUADA. RevBrasEpidemiol. 2021;24:e210019. https://doi.org/10.1590/1980-549720210019
33. Rocha LL, Gratão LHA, Carmo AS do, Costa ABP, Cunha C de F, Oliveira TRPR de, Mendes LL. School Type, Eating Habits, and Screen Time are Associated With Ultra-Processed Food Consumption Among Brazilian Adolescents. J AcadNutr Diet. 2021;121(6):1136-42. https://doi.org/10.1016/j.jand.2020.12.010
34. Lopes T dos S, Mello AV de, Nogueira LR, Leme ACB, Fisberg RM. Energy, nutrients and food sources in snacks for adolescents and young adults. Rev Paul Pediatr. 2022;40:e2020148. https://doi.org/10.1590/1984-0462/2022/40/2020148
35. Malta DC, Gomes CS, Barros MB de A, Lima MG, Silva AG da, Cardoso LS de M, et al. The COVID-19 pandemic and changes in the lifestyles of Brazilian adolescents. RevBrasEpidemiol. 2021;24:e210012. https://doi.org/10.1590/1980-549720210012
36. Ruiz-Roso MB, de Carvalho Padilha P, Mantilla-Escalante DC, Ulloa N, Brun P, Acevedo-Correa D, et al. Covid-19 Confinement and Changes of Adolescent’s Dietary Trends in Italy, Spain, Chile, Colombia and Brazil. Nutrients. 2020;12(6):1807. https://doi.org/10.3390/nu12061807
37. Botelho LV, Cardoso LDO, Canella DS. COVID-19 e ambiente alimentar digital no Brasil: reflexões sobre a influência da pandemia no uso de aplicativos de delivery de comida. Cad Saúde Pública. 2020;36(11):e00148020. https://doi.org/10.1590/0102-311x00148020
38. Ministério da Saúde (BR), Gabinete do Ministro. Portaria Interministerial nº 1.055, de 25 de abril de 2017. Redefine as regras e os critérios para adesão ao Programa Saúde na Escola - PSE por estados, Distrito Federal e municípios e dispõe sobre o respectivo incentivo financeiro para custeio de ações. Diário Oficial União. 26 abr 2017; Seção 1:36.
39. Brasil. Resolução nº 06, de 08 de maio de 2020. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. Diário Oficial da União. 12 de mai 2020; Edição 89; Seção:1:38.
40. Verly-Jr E, Pereira A da S, Marques ES, Horta PM, Canella DS, Cunha DB. Reducing ultra-processed foods and increasing diet quality in affordable and culturally acceptable diets: a study case from Brazil using linear programming. Br J Nutr. 2021;126(4):572–81. https://doi.org/10.1017/S0007114520004365
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 IVIA CAMPOS PREVITALI-SAMPAIO

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Título do manuscrito: __________________________________________________________________
1. Declaração de responsabilidade
Certifico minha participação no trabalho acima intitulado e torno pública minha responsabilidade pelo seu conteúdo.
Certifico que o manuscrito representa um trabalho original e que nem este ou quaisquer outros trabalhos de minha autoria, em parte ou na integra, com conteúdo substancialmente similar, foi publicado ou foi enviado a outra revista.
Em caso de aceitação deste texto por parte de Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, declaro estar de acordo com a política de acesso público e de direitos autorais adotadas por Demetra, que estabelece o seguinte: (a) os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial neste periódico; (b) os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (p.ex., publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista; e (c) os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (p.ex., em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
2. Conflito de interesses
Declaro não ter conflito de interesses em relação ao presente artigo.
Data, assinatura e endereço completo de todos os autores.